Vão pagar um preço alto
A revelação de Otto Alencar (PP), candidato a vice-governador na chapa de Jaques Wagner (PT), dando conta de que já conseguiu a adesão de 100 prefeitos de diferentes partidos para contribuir na eleição revela que, independente das questões ideológicas, o que vale numa campanha é a vitória. E aí esquerda se mistura ao centro, a direita, ao centro esquerda, centro direita, extrema direita e assim sucessivamente.
Isso não significa dizer que o PT vá perder sua identidade porque ela é única e bem assentada na defesa dos trabalhadores. Ademais, exsite Lula que é uma personalidade carismática e está com um índice de popularidade nunca visto no Brasil. A questão desses prefeitos infiéis e outras lideranças que agora apoiam Wagner terá seu desdobramento nas eleições municipais.
Muitos desses infiéis que agora apoiam Wagner vão ter dificuldades em suas bases eleitorais porque nesses municípios existem o PT e partidos alinhados historicamente com este partido (PSB e PCdoB) e quando chegar a eleição de 2012, óbvio, o PT (como acontece com Lula em relação a Wagner/Geddel) vai optar por sua matriz principal. E agora?
Agora que esses prefeitos e lideranças que estão no DEM, PSDB e PMDB, em especial, vão se socorrer no PP, PRTB, PRB, PSC e naninos para sobreviverem. Por enquanto, somente o PMDB tomou uma atitude como prevê seu estatuto no sentido de punir os infiéis com expulsão e até recorrendo à perda de mandato. O DEM e O PSDB que convivem com essa política, como nada falaram até o momento, devem esperar o fim do pleito para tomar resoluções.
No PSDB, então, a maioria dos prefeitos está com Wagner e Jutahy anda de braço dado com Marcelo Nilo, PDT, presidente da ALBA, um personagem político muito próximo do governador. Em Alagoinhas, por exemplo, o prefeito Paulo Cézar, que é do PSDB, dá sinais explíticos de que apoia Wagner, mas, na sua base, está também com Paulo Azi (DEM). Sabe que, em 2012, dificilmente terá o apoio do PT porque Joseildo Ramos está na sua cola e é o candidato do PT a deputado estadual e natural candidato a prefeito, em 2012.
Em 2012, por suposto, Wagner vai apoiar Paulo Cézar ou Joseildo? Só menino de escola primária acredita que apoiará Paulo Cézar.
Essas peculiaridades servem, também, para o PMDB e o DEM. Se o DEM age de maneira contemplativa perde sua força de pressão agora que é o momento da eleição estadual. Depois, adeus, os prefeitos vão procurar Otto para um abrigo sabe Deus em quais partidos à disposição. Como a legislação eleitoral é ampla geral e irrestrita não terão problemas de filiações, mas, em suas bases, serão fustigados pelos candidatos do PT.
Alguns desses nomes poderão pagar preços altos pelos apoios a Wagner, agora, sem uma contra-partida, em 2012.
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