Colunistas / Política
Tasso Franco

JOGO AINDA NÃO ESTÁ JOGADO NA ELEIÇÃO DA BAHIA

Wagner é preferencial mas empacou na casa dos 40% e pouco mais
27/08/2010 às 14:23
Foto: DIV
Wagner tem 47% e Souto mantém 23%. Oposição somada alcança 38%. 12% indecisos.
 
Os números apresentados pelo DataFolha nesta sexta-feira, 27, em relação à sucessão na Bahia revelam que o governador Jaques Wagner (PT), com 47% das intenções de votos, continua sendo o preferencial para vencer as eleições no 1º turno, caso o pleito acontecesse hoje. Os seus adversários, somados têm 38%, considerando Paulo Souto, DEM/PSDB (23%); Geddel Vieira Lima - PMDB (11%), Sandro Santa Bárbara (PCB), Luiz Bassuma (PV), Marcos Mendes (PSOL) e Professor Carlos (PSTU), cada qual deles 1%.

Isso não significa dizer que a eleição esteja ganha.

O próprio Wagner tem alertado com insistência para um provável "sapato alto" e pede mais trabalho. Até porque, embora continue prioritário aos olhos do eleitorado, ainda existem 12% de indecisos e sua trajetória ascendente tem sido lenta. Conseguiu de dezembro último para hoje, apenas mais 6%, saindo de 41% para 47%. É pouco se entendendo que está no poder e é o preferencial do presidente Lula.



Sua situação é boa, sem ameaças mais expressivas como é o caso de Minas Gerais onde Antonio Anastasia (PSDB), candidato de Aécio Neves, subiu 12% numa semana saltando de 17% para 29%, enquanto Hélio Costa, candidato do PMDB e de Lula, se mantém em 43%. Na Bahia, Souto não tem essa ajuda, seu principal cabo eleitoral já faleceu (ACM) e Geddel não avançou como se esperava, embora ambos (Souto/Geddel) mantenham o otimismo achando que a campanha só esquentará em setembro e Wagner tem um governo abaixo da média.


De fato, a essa altura da campanha, Wagner já deveria ter ultrapassado a barreira dos 50%, pois seu principal cabo eleitoral, o presidente Lula, tem 79% de aprovação no Brasil (ótimo/bom) e 8.9 de nota no Nordeste. Veja que Dilma, na Bahia, já chegou à casa dos 60% e Eduardo Campos, governador de Pernambuco, atingiu 67% numa situação muito parecida com a Bahia uma vez que seu adversário é o ex-governador Jarbas Vasconcelos.



Daí que tem sentido a presença de Lula em Salvador, ontem, para empurrar a candidatura Wagner. Fazer com que ela saia desse limbo dos 40% ou mais, sob pena de haver turbulências na reta de chegada.

O comício com Lula/Dilma, muito mais do que a quantidade de gente presente na praça e convênios assinados, o que vale mesmo são as imagens para a televisão, certamente a serem exibidas a partir de hoje no programa eleitoral de Wagner. Caracterizar com todas as letras que o candidato de Lula é Wagner.



Na campanha passada, toda vez que Lula vinha à Bahia, Wagner dava um pulo nas pesquisas. Imagina-se, então, que especialmente agora com Lula batendo no teto em popularidade, isso seja efetivado. Mais do que nunca, Wagner tem que se amparar em Lula visto que seu governo sofre muitas críticas, a questão da propaganda virtual e o que é real têm sido absorvidos pela população e mudanças de intenções de votos poderiam acontecer.

Não há sinais nessa direção. Mas veja também que Souto, sem a menor infra, mantém seus 23% e Geddel mantém a confiança que cresce. Há, portanto, mais de 35% dos votos da oposição cristalizados.


Na Bahia, diria que Wagner continua preferencial. Mas, o jogo ainda não está jogado.