Vai ser dia 26, em Salvador
A presença do presidente Lula da Silva em Salvador na próxima quinta-feira, 26, para assinar convênios de financiamentos para o projeto de mobilidade urbana visando a Copa das Confederações (2013) e Copa do Mundo (2014) e também participar de um comício na Praça Castro Alves, ao lado de Dilma Rousseff, e de Jaques Wagner, revelam o quanto é importante para o projeto Lula/Dilma a reeleição de Wagner. Não fosse assim, e a folga que Dilma abriu nas pesquisas para Serra, num estado com dois palanques governamentais, certamente o presidente não participaria de um ato político dessa natureza.
Evidente que o candidato do PMDB, Geddel Vieira Lima, não vai gostar dessa atitude de Lula. E certamente vai cobrar do presidente tratamento igualitário à sua candidatura. A questão é que faltando 40 dias para as eleições, a candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, abriu uma diferença de 17 pontos (DataFolha) em relação ao seu principal adversário, José Serra, e isso dá uma margem de confiança na vitória muito grande e o PMDB pode até protestar aqui e acolá, mas, a dimensão será muito menor do que se eleição tivesse pau-a-pau.
O que se denota também no comício de Wagner com Lula é que o candidato a governador da Bahia está precisando de um empurrão em sua campanha, desde dezembro do ano passado, na marca de 41% a 45% de intenções de votos. E, ao contrário do que aconteceu em 2006, agora, sendo a "vidraça" preferencial, vendo seu governo exposto a muitas críticas, uma ajuda de Lula (85% de aprovação no Nordeste)
é salutar.
Certamente já na sexta-feira, 27, no horário do programa eleitoral da televisão as imagens desse comício estarão no ar, e, mais do que isso, com declarações do presidente Lula e de sua candidata Dilma Rousseff bem favoráveis a Wagner. Natural que assim seja, pois, Wagner, é o governador mais importante da constelação do PT e, pelo menos até agora, com governo mediano, não consegue ultrapassar a marca dos 50% de aprovação, o que seria uma folga e garantia de eleição em 1º turno (em 2006, foi eleito com 52.8% dos votos).
Ademais, com a veiculação do horário eleitoral gratuito para as campanhas de governador desde o último dia 18, seu governo tem sido bombardeado por uma série de críticas, sobretudo em relação a propaganda que era realizada, agora com essa situação sendo desconstruida, especialmente pelo horário do programa do PMDB. E isso sendo martelado em 40 dias pode provocar um estrago.
Tanto Paulo Souto; quanto Geddel Vieira Lima têm dito isso: que a Bahia saberia a realidade do governo atual a partir do horário eleitoral gratuito e igualitário entre os candidatos, sem maquiagens e sem os excessos que consideram enormes da propaganda institucional do governo. Somente novas pesquisas de opinião pública mostrarão se têm ou não razões.
Daí que essa ajuda de Lula, na próxima quinta-feira, 26, será fundamental para a campanha do "galego".