Coligação de partidos revela competência política
Convenção do PMDB e partidos aliados no Wet'n Wild, em Salvador, realizada na última segunda-feira, 21, mostrou organização e força política da candidatura Geddel Vieira Lima, homologada com as presenças da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, e do candidato a vice na sua chapa, o peemedebista Michel Temer, ao lado da chapa completa com Edmudo Pereira, na vice para governador, o senador César Borges (PR) candidato à reeleição e o vice-prefeito de Salvador, Edvaldo Brito (PTB), também candidato ao Senado. Esse primeiro passo do ex-ministro Geddel foi dado com competência, sobretudo porque conseguiu reunir em torno do seu nome 12 partidos numa tarefa que parecia inimaginável.
Fecha-se, portanto, um ciclo na sua caminhada ao governo do Estado e abre-se a janela para as próximas etapas que se iniciam no dia 7 de julho, com o ínicio da propaganda eleitoral de rua, comícios, eventos, uso de cartazetes, adesivos e outros; e 17 de agosto, ponta-pé inicial dos programas nos veículos de comunicação de massa, debates e tudo mais. A questão, agora, é saber se Geddel terá a mesma competência que conseguiu na fase da pré-campanha, da organização política, no momento da campanha propriamente dita. Isto é, convencer o eleitorado de que suas propostas seriam as melhores para a Bahia.
É uma tarefa bastante difícil. Mas, a julgar pelo entusiasmo da Convenção, a vibração da militância paga ou não, das lideranças comunitárias, das lideranças políticas, o candidato vai à luta com a certeza de que convencerá o eleitor utilizando da máxima dando conta de que Paulo Souto já teve sua vez e não fez o que deveria fazer pela Bahia; e Wagner está tendo a sua oportunidade de fazer, mas, não sabe executar. Essa será a matriz estratégica de Geddel desdobrada em táticas revelando que ele é o novo, nunca foi testado como governador da Bahia, porém, já dispõe de currículo que o credencia, com o aval do presidente Lula, de um eficiente gestor.
A presença da ex-ministra Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência da República, na convenção do PMDB, por força da aliança deste partido com o PT, em nível nacional, além de ter uma simbologia enorme no divisor de águas da cabeça do eleitor, fortalece e muito a sua candidatura na Bahia, e abre espaço para que Geddel utilize a sua imagem e a do presidente Lula, no horário eleitoral da TV e do rádio, com bastante desenvoltura. Situação, aliás, vista na Convenção e ao longo da Avenida Paralela, com dezenas de cartazes com o trio Geddel/Lula/Dilma postos em destaque em vários pontos.
Ademais, Dilma mostrou que há um discurso organizado pelo PT/PMDB para a região Nordeste, do enfrentamento das desiguldades regionais abrindo caminho para um Brasil de todos sem favoritismos aos eixos mais desenvolvidos, as regiões Sul/Sudeste/Centro Oeste o que, se bem aproveitado por Geddel, como a frase foi cunhada em sua Convenção, retirará de Wagner, em parte, essa prerrogativa prioritária. É aqui que vai entrar o marketing político para segurar essa bandeira, comum aos dois, porque, vende-se, hoje, a Bahia como governo de Todos Nós, agora na concepção Dilma/Geddel, o Nordeste para um Brasil de todos nós.
A outra citação de Dilma, de estabelecer uma parceria em defesa dos interesses da Bahia, em certo sentido é ampla demais e vale para todos os candidatos a governador, qualquer deles que seja eleito. Não poderia ser diferente. Dilma eleita presidenta tem, evidente, que defender os interesses da Bahia como dos demais estados. Na campanha política, no entanto, isso pode ser usado pelo PMDB como uma afirmativa que esteja relacionada com a dinâmica administrativa de Geddel, e não de Wagner, segundo o PMDB, atuando em ritmo aquém do merecido pelo estado. Ou seja, dizer que Geddel é mais interessante para o projeto Lula/Dilma do que Wagner.
Aqui do meu palanque, sem votos, anotei essas observações do Convenção do PMDB e seus aliados situando que esse agrupamento político vai ao jogo como Luis Fabiano tentando romper as defesas adversárias e fazendo gols.