Debater o projeto político vai comandar ações
O governador Jaques Wagner deu pistas de sua tática de campanha visando à reeleição, em outubro próximo, comentando de público durante o Congresso do PT com a presença da pré-candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff, que não pretende (nem vai) discutir somente as questões administrativas de governo (saúde, educação, segurança, etc). Dará atenção especial ao projeto político entendendo que, instalou na Bahia, a partir de 2007, uma nova forma de governar. E isso considera um trunfo, um diferencial aos seus adversários.
Entende Wagner que os governos são passageiros, mas, um projeto político é duradouro. E quando esse projeto se sustenta na democracia e no amplo diálogo, se robustece ainda mais e tem um enorme valor agregado junto à população. Não só junto à opinião pública mais consciente. E, sim, em todos os segmentos da sociedade, os quais, não querem mais o que considera um retrocesso. À volta do modelo que, política e gerencialmente, dominou a Bahia durante anos, sob a tutela de ACM. Nesse contexto, e inserindo-se no projeto nacional mais amplo Lula/Dilma, do qual seu governo e sua filosofia de ação são partícipes, vê nesse aspecto um diferencial enorme que seus adversários certamente não poderão se utilizar porque, no seu entendimento, fazem parte de um outro modelo, que classifica como atraso. Aí, quando falo no sentido amplo de adversários, leia-se com mais ênfase Paulo Souto, PSDB, DEM e coligados desse agrupamento político. Geddel, evidente, é um caso a parte porque o PMDB integra a coligação Dilma no plano nacional e é até provável que Michel Temer seja o candidato à vice. No entanto, observando-se a percepção de Wagner sobre o que chama de uma nova forma de governar, onde a "ferramenta" administrativa tem valor importante nas relações com a sociedade, na melhoria da qualidade de vida das pessoas (mais luz, mais água, mais saneamento, mais estradas, etc), ainda assim, longe de ser única e fundamental, enquadra-se, também, o PMDB local. É dito com freqüência pelo líder do PT na Assembleia Legislativa, deputado Waldenor Pereira, que a saída do PMDB do governo Wagner trouxe benefícios na medida em que a equipe, de forma integrada, passou a falar a mesma língua e o governo deslanchou mais. Além do que, na dinâmica da política, no embalo da campanha propriamente dita e até diante das críticas que Geddel faz ao governo, uma delas e mais contundente que perdeu o papel de protagonistas do Nordeste, cedendo esse espaço a Pernambuco e Ceará, o candidato do PMBD também estaria enquadrado nesse conceito wagneriano do novo olhar da Bahia e do respeito à vontade democrática. Sobre um dos pontos críticos de sua gestão, a segurança pública, diz que não tem o menor medo desse debate. Em sua concepção, instalou-se uma crise de valores na sociedade simbolizada pelo "bezerro de ouro" do capitalismo e, só agora isto esta sendo percebido com a "queda do muro da usura", a débâcle de Wall Street, em 2009. A Bahia, nesse contexto, dos valores do atraso e do privilégio a poucos segmentos, e não a um governo de todos, tinha os piores indicadores sociais do Brasil. Daí que, a exclusão social provocada pelos cultores do "bezerro" (PSDB/DEM) resultou nesse escalada de violência. E mais disse que vai se reeleger para manter o projeto vivo na Bahia o projeto Lula/Dilma e fará os dois senadores, assim como fez com João Durval, em 2006.