E desejará uma contra-partida dos candidatos
Neste fim de semana, anuncia-se a presença da ex-ministra Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência da República, em Salvador, para homologar em Congresso deste partido, o nome do governador Wagner como candidato à reeleição. Dá-se como certo, também, o anúncio da chapa completa da coligação PT/PCdoB/PSB/PDT/PP com Otto Alencar (PP) na vice; e os deputados Walter Pinheiro (PT) e Lídice da Mata (PSB), ao Senado. O entendimento é de que está tudo amadurecido, discutido e analisado no âmbito da coligação e chegou à hora de anunciar a chapa e partir para uma segunda fase da pré-campanha, de organização das forças em bloco, do uso de uma mesma linguagem contra os argumentos dos adversários, até que aconteçam as convenções partidárias que se darão entre 10 a 30 de junho. Essas convenções, com raros acidentes de percursos, normalmente são homologatórias. Embora, às vezes, guardem surpresas para candidatos a deputados, alguns dos quais, chegam como candidatos e saem sem esse beneplácito.
Anuncia-se, ainda, que o PSDB nacional decidiu fazer sua Convenção homologatória ao nome de José Serra, em Salvador, com data base ainda não confirmada, em 12 de junho. Em sendo assim, restam 28 dias para que Serra complete sua chapa, se com Francisco Dornellas, do PP; ou alguém representante das Gerais. Entre os nomes falados, o noticiário sempre cita o ex-presidente Itamar Franco. Minas é um estado muito poderoso politicamente e não deve, nem gosta, de ficar fora da sucessão nacional.
Numa terceira ponta, diz-se que a candidata do PV a presidência, Marina Silva, que não pode comparecer ao último evento do partido na Bahia, retida por problemas aéreos em viagem aos EUA, viria a Bahia em breve. Ainda só não teria decidido por isso devido escaramuças internas no PV, cuja direção partidária na Bahia, centralizada nas mãos do deputado Édson Duarte e agora também de Bassuma, não admitem candidaturas ao Senado que não seja a única de Duarte, vetando pretensões de João Jorge, e de Bete Wagner, que tentam, pelo menos, se apresentarem como candidatas.
Ora, o PV, por sua própria natureza e origem, é só analisar o que se passa na Europa, especialmente na Alemanha que é o seu berço, é um partido aberto ao debate, ao diálogo e as novas formas de expressão. João Jorge, presidente do Olodum, é uma delas. Mas, não tem como, sequer, aproximar-se da possibilidade de ser candidato ao Senado, o que seria bastante salutar para o PV e para a Bahia. Pelo menos, em níveis de debates, já que as chances deste partido em eleger alguém para governador e senador sejam mínimas. Mas, seria uma abertura, uma nova dinâmica nas relações de propostas.
De todo esse caldo de cultura política se depreende que a Bahia, menos por sua origem e cultura, berço da Nação brasileira, e mais por interesses eleitorais (4º colégio do país em número de votos) está se tornando objeto de desejo dos candidatos. Serra porque precisa melhorar sua performance no NE e a Bahia é o estado mais importante da região. Dilma porque não pode deixar Serra avançar no terreiro onde o PT tem seu mais expressivo governador. E Marina por sua pregação messiânica ambientalista, agora certamente também espiritualista com Bassuma, onde o governo federal desenvolve seu maior projeto de transposição de águas do país.
Diria aqui do meu palanque, em véspera de Copa do Mundo, que a Bahia passou a ser a bola da vez. Que os candidatos, pois, amarrem contra-partidas para o Estado. Senão vamos ficar mais oito anos com 4 km de linhas de Metrô e canaleta viária na Paralela.