Na Bahia, o PSB está dependente direto de Wagner e do PT como força auxiliar
O PSB SE APEQUENOU
Tasso. Franco A decisão da Executiva Nacional do PSB referendada pelo presidente nacional deste partido, governador de Pernambuco, Eduardo Campos, de afastar o deputado Ciro Gomes da disputa presidencial, com 10% da preferência do eleitorado, revela que os socialistas se apequenaram e venderam a alma ao projeto político Lula/Dilma, sem prever as conseqüências do futuro. E até do presente. Campos, o qual, é o favorito na disputa à reeleição será questionada no seu estado, assim como acontecerá com Cid Gomes, no Ceará, em outra dimensão, e assim também em todo país. Ciro classificou a decisão do seu partido como "erro tático" e deu uma alfinetada fortíssima no presidente Lula ao situar que, "Ao rei tudo, menos a honra", acatando a decisão partidária sem repetir as críticas feitas anteriormente dando conta de que o presidente "viaja na maioneses" e se acha um "todo poderoso" acima do bem e do mal. O que vai acontecer daqui pra frente com Ciro, se contido em sua fala; ou colocando suas posições no cenário da sucessão de forma muito franca é uma incógnita. De imediato, os analistas nacionais dizem que Dilma perde. Mas, nada que possa abalar a estrutura de forças partidárias, sindicais e populares que lhes dão sustentação. Ainda falta muito tempo para as eleições (cinco meses) e a memória popular não contabiliza esses detalhes no momento do voto. A questão é saber se, com a saída de Ciro, parte desse eleitorado não se deslocará em direção de Marina Silva e do PV, candidata e partido que são simpáticos em faixas expressivas da população. Marina vem a Salvador no domingo, 2, participar de eventos e pavimentar a candidatura dos deputados Luiz Bassuma (ex-PT) ao governo da Bahia e Édson Duarte ao Senado. Com Ciro fora de cena e o PSB tentando emplacar a deputada Lídice da Mata como candidata ao Senado, na chapa Wagner, ainda sem um ok definitivo, existem espaços para crescimento no PV no estado, também, nada que possa assustar os três candidatos competitivos na disputa - Wagner, Souto e Geddel. Mas, 3 a 4 pontinhos a mais para Bassuma mexe bastante na sucessão estadual. O PSB na Bahia depende de Wagner. Está tão atrelado ao PT como força auxiliar que, salvo melhor avaliação, ficará do mesmo tamanho em representação parlamentar na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal, e poderá, em cenário bastante competitivo e duvidoso, levar Lídice ao Senado. E só. Sua estrutura partidária recebe críticas do deputado capitão Tadeu, na Assembleia Legislativa, o qual, não esconde críticas ao modelo centralizador da atual direção partidária na Bahia, voltado, segundo sua avaliação, mais para atender os interesses da dupla Lídice/Leonelli do que visando uma expansão programática no estado. Por ironia do destino, a mesma dupla que concorreu a Prefeitura de Salvador, em 2008, Pinheiro/Lídice, deverá ser repetida para o Senado, em 2010. São bons candidatos. Mas, ninguém tem dúvida de que o PT, como força partidária, vai trabalhar muito mais o voto de Pinheiro do que o de Lídice, ainda que o voto seja casado e abrigar espaço para dois nomes na senatória. É aquela história já comentada neste espaço: primeiros os meus; depois os teus. É isso aí que Ciro Gomes chama de "erro tático". Um partido que não tem força para lançar um candidato a presidente da República acaba se transformando numa força complementar. Só que, ao contrário do PMDB que é forte, o PSB é fraco.