Só serão votados na próxima semana
Muito tem se falado sobre o projeto da nova Fonte Nova, a praça de esportes que deverá ser palco de jogos secundários da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, em 2014. Somente agora, no entanto, com autorização preliminar da Assembleia Legislativa da Bahia para que o Estado possa tomar um empréstimo de R$400 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é que o início de execução do projeto poderá ser efetivado. Empresário algum entra num projeto desse porte sem garantias. E a garantia, como sempre, é o cofre público, ainda que se estabeleça uma PPP para tal fim.
Ainda sobre a Copa 2014, o governo conseguiu a urgência para aprovação de um outro empréstimo junto ao BNDES, valor não explicitado, para que seja construído um corredor de transporte na Avenida Luiz Viana (Paralela) ligando o Aeroporto Luis Eduardo Magalhães ao centro da cidade, utilizando-se do canteiro central da via. Esse é um projeto antigo e a dúvida é se será implementado um VLT, como os que existem em várias cidades da Europa, ou se a opção será pelo transporte rodoviário, por ônibus. O ex-secretário de Planejamento do estado, Walter Pinheiro, esteve recentemente em Portugal conhecendo de perto o VLT de Lisboa e os técnicos da Seplan sugeriram ao governador que esse modelo de transporte fosse adotado na ligação Aeroporto/Iguatemi com extensão à Oeste para a linha do Metrosal, uma vez que é mais barato e mais moderno do que a solução apresentada pela Prefeitura, via empreiteira, para uma ligação paralela à Paralela cortando parte do Parque de Pituaçu e adjacências. Como os projetos de lei apresentados à Assembleia, inclusive o polêmico empréstimo de R$563.7 milhões para obras de infraesturutra e segurança não detalham os projetos em si, ficam as dúvidas. Até agora, o que se sabe e já foi apresentado à imprensa é o projeto da nova Fonte Nova e o nome do consórcio empresarial que tocará a obra. Mas, qualquer anúncio para início das obras propriamente ditas, ainda que o governo tenha sinalizado para maio próximo, é prematuro porque a operação de crédito junto ao BNDES sequer foi aprovada em definitivo. Evidente, também, que se o governador enviou a Assembleia o projeto de Lei solicitando autorização de empréstimo para o corredor de transporte na Paralela, e esse é um item que interessa diretamente a Prefeitura, é provável que tenha conversado ou acertado com o prefeito João Henrique qual o modelo de transporte a ser implantado e qual a dimensão da obra. Até onde sei, de acordo com as informações que me forneceu Walter Pinheiro, o modelo é o VLT. Se isso vai mudar ou se foi feito algum acordo com a Prefeitura só os chefes dos dois poderes executivos é que poderão redimir as dúvidas. Que o modelo VLT com uma extensão futura ao centro de Lauro de Freitas é o mais usado em todo mundo isso não se tem dúvidas. Mas, em se tratando da Bahia, onde esse modelo nunca conseguiu ser implementando com base nas novas tecnologias, salvo os bondes do século XIX e os troleibus da segunda quadra do século XX, espera-se que assim seja. Os governos (estadual e municipal) optando pelo modelo rodoviário é estar remando contra a maré da modernidade e deixando de lado, mais uma vez, a implantação definitiva do transporte de massa em Salvador e RMS.