O governador é o favorito, mas, tem adversários duros pela frente
A pesquisa DataFolha divulgada nesta terça-feira, 22, sobre o mais admissível cenário para a sucessão baiana ao governo do Estado, em 2010, aponta uma vantagem expressiva do governador Jaques Wagner (PT), com 39% das intenções de votos; contra 24% do ex-governador Paulo Souto (DEM); 11% do ministro Geddel Vieira Lima (PMDB); e 1% de Hilton Coelho, PSOL.
Mas, isso não significa, como a primeira vista se pensou e até o BJá colocou em manchete, uma vitória no primeiro turno. Ainda há um longo caminho a percorrer porque existem, neste cenário, que, em tese é o real (falta apenas o candidato do PV) 16% de indecisos; e 9% que não votam em nehum deles.
Então somando-se os números atuais de Souto/Geddel/Hilton chega-se a 36% o que, no comparativo ao número de Wager (39%) está na margem de erro da pesquisa (3% para mais ou para menos) realizada entre 14 e 18 de dezembro/2009, com 1.055 brasileiros de 16 anos ou mais entrevistados.
Ademais, é bom que se faça o comparativo com a pesquisa DataFolha feita entre 16 e 19 de março deste ano, quando Wagner pontuou entre 36% e 38%; Souto 18% a 19%; e Geddel, entre 7% e 8%. Portanto, todos os três têm índices mais elevados, observando-se que a variação de Souto (+5%) e Geddel (+3%) é maior do que a de Wagner (1%).
Há motivo para euforia dos partidários do governador Wagner justo porque continua na frente e com boa performance, porém, ainda ncessita melhorar seu governo para atingir um percentual mais confortável. Por enquanto, ao contrário de Pernambuco onde o governador Eduardo Campos (PSB) tem 57% contra 29% de Jarbas Vasconcelos (PMDB) e venceria no primeiro, Wagner tem que suar a camisa e agregar-se cada vez mais ao projeto Lula/Dilma.
Observe o seguinte: na pesquisa de intenções de votos Serra/Dilma (publicada em 20/12/2009) a única região em que a ministra bate o governador de SP é no Nordeste, de 31% por 28%. Ciro tem 14% e Marina com 7%. E, na avaliação de Lula, sua média nacional de ótimo/bom situa-se em 72% aproximando-se de 80% no Nordeste e 85% em Pernambuco.
Então, essa é a realidade nos números atuais da pesquisa DataFolha. Wagner necessita melhorar ainda mais seu governo e mostrar a população que sua candidatura está atrelada diretamente ao projeto Lula/Dilma, excluindo Geddel dessa órbita. Essa é a questão básica e missão de sua equipe e do marketing.
Quanto a Souto se mantém competitivo porque gira na órbita de Serra, o qual, tem candidatura polarizada com Dilma. Está, segundo o DataFolha, em tendência de crescimento. E, como tem polarizado com Wagner, só tende a se beneficiar.
Já o ministro Geddel seguirá sua trilha apresentando-se como o novo, aquele que nunca governou, e ligado ao projeto Lula/Dilma. Como isso se processará, na prática, só o tempo dirá.
Os outros cenários com ACM Neto, João Henrique e César Borges não merecem comentários porque não serão candidatos a governador. Resta o PV que, por sua dimensão, não deve alterar esse quadro, e a composição das chapas com candidatos a vices e senadores. Neste último ítem, de fundamental importância na escolha dos nomes.