Muitos movimentos, mas, sem os acordos principais
Mais um movimento midiático acontece neste final de semana com o convite do PSDB, através do seu presidente regional, Antonio Imbassahy, para que o senador César Borges, PR, integre a aliança DEM/PSDB compondo a chapa que disputará o pleito majoritário, em 2010.
Através de sua assessoria de imprensa, César diz que ficou alegre com o convite, mas, como seu partido integra a base do governo Lula, está analisando as composições em nível estadual e respeita a diversidade do PR na Bahia, daí que, ainda é cedo para uma definição.
Experiente como tal, César não se impressionou com as adjetivações formuladas à sua personalidade política e foi pragmático ajuizando que é um sinal de reconhecimento por seu trabalho no governo da Bahia e no Senado. E mais não adiantou embora, no encontro estadual do PR, recentemente, Paulo Souto esteve presente.
César Borges também participou da solenidade preliminar à Marcha dos Prefeitos organizada pela UPB para cobrar do governador Jaques Wagner algumas reivindicações dos municípios, diga-se, até hoje nada resolvido, evento que não contou com as presenças de Souto e Imbassahy.
Isso significa dizer que César Borges, mesmo antes deste convite do PSDB está mais alinhado com oposição ao governo Wagner embora, como dito pelo próprio senador respeitando a diversidade interna, o PR conta com deputados alinhados com a candidatura Wagner, tanto na Assembleia; quanto na Câmara e outros na oposição ao governo.
Só o tempo e o desenrolar das alianças dirão para onde o senador vai. Ainda é muito cedo para que essa decisão seja tomada já.
No outro "front", como já era esperado, o governador Jaques Wagner (PT) participou do encontro do diretório regional do PT, em Camaçari. Wagner defendeu a manutenção da aliança com o PMDB, destacando que um casamento só se desfaz quando uma das partes não deseja mais o relacionamento.
O governador também avisou ao PT para não se assustar se buscar como parceiros para a reeleição partidos como o PP, que já integra o seu governo e a base política na ALBA, através do secretário Roberto Muniz (Agricultura), e parcela do PR, dirigido na Bahia pelo senador César Borges.
O prefeito de Camaçari, Luis Caetano, como também era previsto, adotou discurso na mesma trilha do governador, apenas lembrando que o PT tem nomes a oferecer para a disputa ao Senado.
Em princípio, o PT teria o nome do próprio Caetano caso ele consiga colocar sua esposa e atual presidente da Câmara, em seu lugar, fazendo com que a vice-prefeita, que é do PSDB, aceite ser candidata a deputada estadual. Aí reside o problema, uma vez que o PSDB, controlado por Jutahy Magalhães Jr e Imbassahy podem não permitir esse conchavo.
Nesse caso, Caetano teria que correr o risco de deixar a Prefeitura, em 2010, faltando dois anos de mandato e entregar a rapadura ao PSDB. Seria, portanto, pouco provável.
O nome de maior densidade no PT é do secretário de Justiça, Nelson Pelegrino. Este sim, pode entrar na "briga" pela disputa uma vez que Walter Pinheiro se comprometeu com o governador ficar na administração até o final, e o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, já disse que não será candidato.
No PMDB, o ministro Geddel Vieira Lima e o prefeito João Henrique participam do V Encontro Regional do partido, em Valença. Geddel deve repetir o discurso dos encontros anteriores dando conta de que o PMDB é quem decidirá o seu futuro.
Portanto, por enquanto, o cenário continua o mesmo com três pré-candidatos a governador: Jaques Wagner, Geddel Vieira Lima e Paulo Souto