Colunistas / Política
Tasso Franco

A NOVA EQUIPE DE JOÃO E SALVADOR

Salvador precisa perder o seu ranço provinciano
25/12/2008 às 12:01

Foto: Foto: Divulgação
A bela e provinciana capital da Bahia
  Mais maduro no segmento político e experiente no campo administrativo, o prefeito João Henrique (PMDB) organiza sua equipe de trabalho para gerenciar a cidade do Salvador no período 2009/2011 com perfil misto (técnico e político).
 
  Não quis inovar nem arriscar com algum nome fora dos padrões tradicionais e contemplou sua nova base política, desde a última eleição, com prioridade ao PMDB.

  Ao que tudo indica, o prefeito vai aposentar o laboratório experimental que foi sua primeira gestão, com a troca de 60 auxiliares diretos ao longo de 4 anos, um recorde nacional, e aposta suas fichas em nomes mais ligados à sua pessoa, casos de João Cavalcanti e Carlos Ribeiro Soares, em nomes técnicos, André Curvello e Maria Alice da Silva, e nos peemedebistas com perfis técnico-políticos, Fábio Mota, Almir Melo Jr., Pedro Dantas, José Carlos Brito e Flávio Matos.

  O PSC e o PP são contemplados com Neemias Reis e Antonio Abreu, respectivamente. Ficou de fora da equipe, na constituição formal, o vice-prefeito Edivaldo Brito, do PTB, o qual, deverá ter missões especiais na Prefeitura.

   A depender dessas missões, sem a caneta, Edivaldo poderá ser uma rainha Elizabeth da equipe, o que não seria de bom agrado aos comandantes petebistas baianos.

   João Henrique, também a julgar pelo que está posto inicialmente, não abriu espaços para vereadores derrotados de sua base no último pleito, e não colocou ninguém do Democratas, embora, tenha cumprido o acordo com este partido contemplando ações administrativas na grade da estrutura da Prefeitura.

  Melhor teria sido também para os Democratas na medida em que, acompanha o processo político ao largo, sem prováveis desgastes.

  O mais importante na nova equipe do prefeito está exatamente na ausência de representantes dos seus antigos aliados - PT, PCdoB, PSB e PV - cujos representantes ocuparam espaços durante a primeira gestão, com resultados duvidosos, sem eficácia, o que permitirá ao prefeito ter uma equipe mais coesa, menos plural, portanto, mais fácil de gerenciar.

  O prefeito, a rigor, agora sabe onde pisará com uma base administrativa centrada no seu próprio partido com o comando firme do ministro Geddel Vieira Lima e do presidente regional Lúcio Vieira Lima. Não haverá, como colocou na sua última campanha, traições, jogo duplo e gente trabalhando em outra direção.

  O time está posto, os adversários políticos são perfeitamente identificados, e agora é tocar a bola pra frente e administrar bem a capital. Salvador, todo mundo sabe, é uma cidade pobre, carente de milhares de coisas, com uma infra-estrutura de submundo em várias áreas, mas, ainda assim, uma cidade que desperta paixões e tem melhorado seus padrões de vida em alguns segmentos.

  A Prefeitura, na primeira gestão João, pensou pequeno. Não há uma obra ou movimento no plano internacional. Vai-se vivendo de pequenas tarefas - travessia da Ribeira, trens do subúrbio, requalificação de praças, pinturas de meios-fios, melhoria no mercado imobiliários e assim por diante - e Salvador merece um pouco mais. Na cultura, então, estamos na rabeira do Brasil.

  Que o prefeito, portanto, com essa nova equipe, avance um pouco mais. E que seja menos provinciano e mais contemporâneo.