Os números apresentados pela pesquisa Vox Populi/A Tarde neste domingo, 10, reforçam o comentário que fizemos aqui em relação à pesquisa Ibope/TV Bahia dando conta de que o eleitor poderia se utilizar do voto útil já no primeiro turno.    

   Ao colocar ACM Neto com 31%, distanciando-se de Imbassahy 6 pontos (25%) e 15 pontos de João Henrique (16%) essa tendência parece se configurar, com a escolha de um nome para o segundo turno, deixando que os outros candidatos disputem entre sí a segunda vaga.    

   A pesquisa Vox/A Tarde também revelou outro dado significativo já apontado pelo Ibope, qual seja, uma tendência de queda dos percentuais de João Henrique em relação a primeira pesquisa do próprio Vox, passando de 18% para 16%.
 
   E, o que é também expressivo (em termos de tendência), a subida de Pinheiro de 8% para 10%.    

   Há, portanto, numa faixa do eleitorado vinculado ao presidente Lula (em tese), uma inversão dos valores, com curva descendente de JH e ascendente de WP.     

   Quanto a Imbassahy, a segunda força, sua posição é de estabilidade em relação a Vox anterior, de 19 de julho, até crescendo 1 ponto nesses 20 dias da campanha. O número de hoje (25%) é idêntico ao DataFolha, de 25/7, e ligeiramente inferior ao Ibope de 6/8 (27%).    

    O candidato do PSDB deve se preocupar com os movimentos de quem está abaixo dele (João Henrique e Walter Pinheiro) e não com ACM Neto, como vem fazendo em relação a questão da segurança pública, ponto forte da campanha de Neto.    

   Como também já havíamos dito na análise anterior, o movimento ascendente de Pinheiro só está começando. Assim foi com Pelegrino, em 1996/2000, época que não se tinha governador no poder e presidente da República tão forte como está.    

   Essa ascensão se dá com maior intensidade, historicamente, no mês de setembro. Falta ainda 30 dias para isso e ele tem margem para crescer. Seu nível de conhecimento entra a população passou para 41%, metade do que tem Imbassahy e Neto.
 
  Embora, o Vox apontasse para uma tendência pela municipalização da campanha, Lula perdendo espaço de influência de 50% para 42% e o de Wagner de 36% para 33%, ainda assim este é o melhor recurso para o candidato petista.    

   Dos quatro candidatos, o mais vulnerável é João Henrique pelos motivos já vistos: é o administrador atual da cidade (vidraça) e possui a maior taxa de rejeição (36%). Tem pela frente um bom tempo de horário eleitoral para reverter essa tendência de queda. Se conseguir será um grande feito.     

   Ainda há tempo para realinhar campanhas, o que deverá ser feito na medida da divulgação das pesquisas e dos estudos internos dos candidatos.     

   Nesse momento, quem está com o foco melhor centrado é ACM Neto na questão da segurança pública. Salvador está em polvorosa e só fala neste assunto. Daí seu deslocamento para a liderança.