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Tasso Franco

GEDDEL QUER JOÃO NO CENTRO DA POLÊMICA

Tasso Franco é o diretor de redação deste site
15/07/2008 às 09:03
   Esperava-se um pouco mais do discurso do ministro Geddel Vieira Lima na inauguração do comitê da coligação "Força Brasil em Salvador", constituida por João Henrique/Edivaldo Brito.

   As críticas formuladas contra as candidaturas de ACM Neto/DEM e Antonio Imbassahy/PSDB já eram aguardadas pelos candidatos de oposição, uma vez que, pontuados à frente nas pesquisas de opinião divulgadas até agora, seriam os alvos preferenciais.

   O tom das críticas foi que ficou a desejar, quer porque o refrão "por que não fez?"não se encaixa nem para um; nem para o outro.

  Imbassahy, como se sabe, foi avaliado pelo DataFolha como o melhor prefeito entre os 12 pesquisados em RMs durante anos (1999/2004) e ACM Neto nunca foi executivo.
Já João também em pesquisa recente do DataFolha é um dos piores.

   Geddel se baseou, certamente, na estratégia de marketing da campanha e em dados de pesquisas qualitativas para endossar esse tipo de discurso. Não é o único, obviamente, mas é o politicamente correto. Embora, sem força. 

   Nesse mesmo ritmo seguiu o candidato João Henrique. Também tem sentido uma vez que não representa mais o fenômeno eleitoral de 2004, endeusado pela classe média, e vai se apegar nas realizações que promoveu na cidade.

   Propositadamente, ambos preservaram o candidato do PT, Walter Pinheiro. Seria incoerente criticar uma coligação (Salvador-Bahia-Brasil/ PT, PSB, PCdoB, PV) que fez parte do governo da Prefeitura por longos anos e até recentemente.

   Além do mais, Pinheiro ainda está em baixa nas pesquisas e, portanto, só seria alvo de críticas se crescer, o que só deverá acontecer em setembro, como tradicionalmente ocorre com o PT.

   É provável que Imbassahy e Neto não dêem bolas para os discursos de Geddel e João. Vão seguir seus caminhos criticando duramente a administração municipal, o modelo praticado pelo atual prefeito, até porque as falas iniciais lançadas na inauguração do Comitê representaram pouco ou quase nada.

   Geddel, em certo sentido, fez sua parte. Quer colocar seu candidato no centro da polêmica para não ficar longe de uma provável polarização que poderá acontecer entre o candidato do DEM x o candidato do PT, ou mesmo com Imbassahy.

   De toda sorte, a presença (física) de Geddel na campanha de João, em dois momentos (carreata e comitê), associando-se a Lula, revela que o ministro está com muita disposição.

   Por ora, Wagner ainda não fez o mesmo com Pinheiro. Mas, certamente, não vai deixar o andor passar na procissão sem sua presença.

   O povo gosta de reza e também de ver o padre e o bispo.