Presidente vem a Ford e prestigia obra do antigo PFL
A presença do presidente Luis Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira, 29, nas comemorações pelo 1.000.000º veículo produzido pela Ford, em Camaçari, além do significado importante para a indústria automobilística brasileira no Nordeste, vai reduzir a pó, de uma vez por todas, o discurso de segmentos do PT, dando conta de que o governador Jaques Wagner, herdou um estado em insolvência, um caos, uma "herança maldita", como dizem os mais radicais na Assembléia Legislativa e na Câmara dos Deputados.
Ora, o presidente veio a Bahia, depois da ascensão do governo Wagner, a partir de janeiro de 2007, poucas vezes, e quando o fez, como agora, para benzer dois empreendimentos de porte realizados pelos governos do então PFL, as fábricas da Nestlé, na BR-324, próximo a Feira de Santana; e agora, na Ford.
De maneira que, um presidente não viria a um Estado, em tese como afirmam os petistas na Assembléia, alguns assessores de governo e deputados na Câmara Federal, em Brasília, para visitar uma Estado caótico, um Estado que teria deixado uma herança das piores, para acompanhar o sucesso do empreendimento Ford, ainda que, dentro do contexto da guerra fiscal entre os estados; ou mesmo para inaugurar o empreendimento da Nestlé.
Obviamente, como era de se esperar, para não deixar os seus partidários políticos vendo navios ou Eco-Esportes, o presidente trará um pacote de medidas, de futuras obras de infra-estrutura e acordos de cooperação técnica na área cultural, vitais para o desenvolvimento do Estado, ajudando a impulsionar o governo Wagner, ainda considerado bastante lento em suas ações administrativas.
Importante que o presidente faça isso, antes tarde do que nunca, para recompensar a Bahia o que não fez no governo passado, seu e de Paulo Souto, proporcionando melhores condições de competitividade ao Estado, em nível do Nordeste, e nas relações com o Centro-Sul e o mercado internacional.
Sendo bom para a Bahia, ótimo que isso aconteça. E, adiante, tomara que os governos futuros observem que a lógica do Estado não está nas bandeiras, do antigo PFL; ou do PT e aliados, nem de tucanos e new-brizolistas.
A Bahia é a Bahia. É um Estado em movimento há anos. Tropeços aqui; tropeços acolá, ainda assim, a maior economia do Nordeste, os melhores indicadores em IDH do Nordeste, um Estado em processo. Querer tapar esse sol com a peneira vermelha afirmando que tudo vai começar agora, com participação, transparência e outras adjetivações é tão insensato quanto imaginar que o Brasil só vale a partir de 2003.
Nesse final de semana, o governo do Estado carregou na midia, impressa e televisiva. Seus anúncios na TV sobre estradas são tão parecidos com os do PFL que, alguém desavisado, pode até entender que existe um governo de continuidade, em propaganda e em obras.
É isso, um processo, um caminho para o desenvolvimento, cada um fazendo a sua parte, agora, com Lula na Ford, carimbando o 1.000.000º carro, sem essa herança maldita de que tanto se fala.
A autoridade máxima do PT sepultou-a, de vez, com esse gesto.
De grandeza, até. De quem governa o país acima das questões de natureza política partidária da Província "bahianense".