Um dos maiores problemas é quem comandará a campanha se a aliança for PMDB/PT
O drama do Partido dos Trabalhadores (PT) para desligar-se da administração do prefeito João Henrique (PMDB) encerra uma série de nuances, entre outras, aqui já comentadas no Bahia Já.
Uma delas, mais recente, diz respeito a concretização das propostas que serão apresentadas formalmente ao prefeito, se supõe, no ínicio da próxima semana ou neste domingo, 1º de julho.
Ora, se o prefeito aceder às exigências do PT tais como foram citadas pelo deputado Walter Pinheiro em entrevista a Band News, o prefeito vai se tornar um marionete, um gestor que só terá o poder de assinar as decisões, uma vez que haveria um Conselho Político/Administrativo decisório.
Além disso, o PT quer o que já dispõe na administração, as secretarias da Reparação e da Saúde, e mais a Infra-Estrutura e a Fazenda. Estas últimas, não ditas assim tão claramente por Pinheiro, mas, postas como áreas que sofrerão interferências de gestão.
É de se supor, portanto, que o prefeito JH, eleito pela população com maioria de 74% do eleitorado, não aceite tais propostas, até porque se assim o fizer, acabará seu governo de Participação Popular, arquitetado com sua marca pessoal.
Ademais, essa é a observação de um interlocutor próximo de JH, quem garantirá que o PT manterá a aliança, em 2008, se o quadro adverso hoje ao prefeito (confirmado por alto nível de rejeição na última pesquisa de opinião) não melhorar e Imbassahy e Varela se mantiverem na ponta da preferência do eleitorado?
Observando a questão por outro ângulo, caso João Henrique aceite todas as propostas do PT, impondo como contra-partida que esta legenda não tenha candidato próprio na eleição de 2008, na capitaal, integrando a sua chapa de reeleição como vice, tem povoado na cabeça de alguns membros do PT, o que será da legenda da estrela e o seu futuro, nas próximas eleições. Nas de 2008 e as subsequentes.
A questão básica, neste caso, é a seguinte: quem comandará a campanha eleitoral dessa provável aliança (PMDB/PT) em Salvador: o ministro Geddel e o PMDB; ou o governador Wagner e o PT?
Observe que há um horário eleitoral nos veículos de massa (rádio e TV) a ser obedecido, em 2008, e quem for o cabeça de chapa comandará (pelo menos em tese) o horário. A coligação, qualquer que seja, tem que ser encabeçada com o nome do partido do candidato a prefeito.
Daí que, no âmbito do PT, independente de qualquer situação no plano administrativo, a questão de natureza política é de fundamental importância para a vitalidade e oxigenação do partido. E isso tem deixado alguns petistas sem dormir, pois, o PT, a legenda, a estrela, a marca, continua muito forte e não pode perder essa hegemonia.
Dramas que ncessitam de muita arquitetura política.