Os servidores públicos da Bahia estão com pressa é desejam reajustes de até 80%.
O que o governador Jacques Wagner certamente já esperava está acontecendo, no entanto, antes do tempo previsto: a pressão dos sindicatos e associações de servidores públicos exigindo reparações, equiparações de salários, realinhamentos, perdas e outras, é uma realidade que está na midia.
É claro que essa pedra foi cantada com antecedência uma vez que Wagner recebeu apoio irrestrito dessas entidades durante sua campanha eleitoral, e no consciente dessas pessoas houve uma perda acentuada de salários durante o período de gestão do PFL, longos 16 anos ininterruptos.
Mas também não é justo que ainda bem o governo sequer completou um mês, os secretários e outros técnicos de segundo escalão ainda não esquentaram os assentos das cadeiras, essas entidades virem à público através de notas pagas na midia impressa de Salvador e em matérias jornalísticas cobrarem do Governo esses reajustes.
Primeiro esse pessoal tem que entender que governante nenhum faz dinheiro com máquina própria, com manivela ou coisa parecida no quintal da Sefaz; segundo que essa história de cobrar reajustes de 80% ou mais considerando perdas salariais em períodos do passado, não há governo que consiga pagar. Quebra seu caixa antes de começar.
Então, toda cautela é pouca ainda que o governador Wagner, em campanha, tenha se alinhado com todos esses segmentos. Mas, não me recordo de que tenha assumido (pelo menos de público e na TV) que faria essa reparação nos níveis atualmente porpostos por essas entidades.
O Estado é um mastodonte. Só de políciais são mais de 40 mil entre ativos e inativos; de professores mais de 80 mil de ativos e inativos; e qualquer reajuste na base de 80% significa destroçar as finanças públicas. Os sindicalistas podem tirar seus cavalinhos da chuva porque não vão conseguir essa proeza.
Outra ingenuidade partiu do secretário da Educação que imagina que poderá acabar com o Reda e promover concursos públicos, em 4 anos de gestão, para mais de 12 mil pessoas. Pode até acontecer, pois milagre sempre existe, mas, na prática isso é muito difícil de ocorrer.
As pressões devem crescer, substancialmente, após o Carnaval e durante o mês de março lembrando que o novo salário mínimo, em 2007, passa a vigorar a partir de 1 de abril, dai que o governo terá que reajustar uma porção de servidores até para se enquadrar nesse novo parâmetro dos 350 reais como base.
Os meses fatais para Wagner serão abril/maio levando-se em consideração a data base de alguns reajustes e o simbolismo do primeiro de maio, data magna do trabalhador.
Até lá, com certeza, o governador e o seu secretário da Fazenda vão fazer muitas contas, por tudo na ponta do lápis, e aí anunciar o que é possível ser feito dentro da realiade do Estado. Fora daí, nada para ninguém.
De jeito que o melhor é o servidor ir colocando a barba no molho, pois, uma coisa é atos sindicais e de campanha e outra coisa é governar, administrar a chave do cofre.