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Ilê Aiyê comemora 39 anos com festa na sede do bloco no Curuzu

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Tasso Franco , da redação em Salvador | 23/10/2012 às 10:58
Ilê Aiyê completa 39 anos de vida
Foto: Alberto Lima

O voz de Margareth Menezes estará no centro das comemorações do 39º aniversário do Ilê Aiyê, que acontecerá no dia 1º de novembro, quinta-feira, com uma grande festa na sede do bloco, no Curuzu. Antes da festa, às 20 horas, cumprindo a tradição, os músicos do Ilê iniciam um "arrastão percussivo" da praça do Plano Inclinado da Liberdade até a Senzala, onde o show acontece às 22 horas.


Será um momento especial de encontro entre Margareth Menezes e o Ilê. A cantora fará uma retrospectiva de sua carreira de muito sucesso e apresentará as músicas do seu último disco, "Naturalmente", em que assume de vez o seu estilo afropop, contando com participações de Carlinhos Brown, Luís Represas, Roberto Mendes, Marivaldo Stomp e Saul Barbosa. No repertório do cd, composições de Gilberto Gil (Mulher de Coronel); Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Pepeu Gomes (Gente); Zeca Baleiro (Febre), Caetano Veloso (O Quereres) e Alceu Valença e Marcelo D2 (FM Rebeldia a Qual é).


A comemoração do aniversário do "Mais belo dos belos" contará ainda com a participação da Band`Aiyê, que fará as honras da casa cantando os seus sucessos. Haverá ainda a presença de outros convidados especiais, ainda não divulgados. A festa na Senzala do Barro Preto terá ingressos a R$20 (pista) e R$40 (camarote).


O Ilê e sua história


O Ilê Aiyê inicia sua história em 1º de novembro de 1974, no Curuzu-Liberdade. O bloco nasceu no Terreiro de Candomblé de nação gêge-nagô Ilê Axé Jitolu, sob o comando de Mãe Hilda dos Santos, que veio a falecer.


Apesar de profano, o Ilê herdou os fundamentos e princípios do Candomblé, como a compreensão da convivência social, o respeito aos mais velhos e o aproveitamento da simbologia para suas canções, toques, adereços e figurinos, sem ferir os fundamentos religiosos. Firmou-se, assim, como um dos principais agentes no resgate da auto-estima e elevação da consciência da população negra da capital da Bahia.


Ilê Aiyê aposta no social

Na realidade, o Ilê Aiyê é muito mais do que uma entidade carnavalesca. É reconhecido pela sua importante participação social, através de ações voltadas para a inclusão do povo negro de Salvador.
 
Os projetos funcionam no Centro Cultural Senzala do Barro Preto (na sua sede, no Curuzu- Liberdade), sendo um dos mais importantes a Escola Mãe Hilda, fundada em 1988, que atende a cerca de 200 alunos da alfabetização à 4ª série do ensino fundamental e tem como diferencial, no seu currículo, justamente o ensino da cultura negra. A Escola de Percussão, Canto, Dança e Cidadania Band'Erê, por sua vez, vem contribuindo para a formação musical e cidadã de cerca de 100 crianças e jovens.


A Escola Profissionalizante do Ilê Aiyê, em parceria com a Petrobrás e a Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado da Bahia, capacita em torno de 730 jovens por ano, com uma média de inserção de 25% desses profissionais no mercado de trabalho. Oferece uma gama de cursos gratuitos para jovens de 17 a 25 anos, a exemplo de Informática, Ajudante de Cozinha, Dança, Estética Afro, Corte e Costura Industrial, Fabricação de Calçados e Bolsas, Operador de Telemarketing e Eletricidade Predial. Além disso, o Ilê desenvolve diversas atividades e oficinas e mantêm, em sua sede (a Senzala do Barro Preto), biblioteca especializada, infocentro, estúdio e o grande espaço para shows, ensaios, festas e eventos.