O carnaval de Salvador atraiu em números aproximados 578 mil moradores da capital baiana para as avenidas do circuito Dodô e Osmar, ruas do Centro Histórico e festejos nos bairros, dos quais 478 mil participaram da festa brincando e os outros 100 mil a trabalho.
A grande maioria dos moradores de Salvador, cerca de 1,93 milhão de pessoas, não esteve em nenhum dos seis dias na maior festa popular do Brasil. Permaneceram na cidade 1,57 milhão de pessoas e 360 mil viajaram.
As informações acima fazem parte da pesquisa Comportamento dos Residentes em Salvador no Carnaval, desenvolvida pela Secretaria da Cultura (Secult) em parceria com a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento (Seplan). O Boletim é um suplemento da Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Salvador (PED/RMS).
Dos três circuitos onde é realizada a festa: Osmar (Campo Grande/Avenida Sete de Setembro), Dodô (Farol da Barra/Ondina) e Batatinha (Rua Chile/Terreiro de Jesus/Pelourinho), o que contou com maior presença dos foliões de Salvador foi o circuito Osmar (49,5%), seguido pelo Dodô (43,8%) e Batatinha (4,5%), apenas 2,1% das pessoas entrevistadas brincaram nos bairros.
De acordo com a pesquisa, 62,1% das pessoas que brincaram o carnaval saíram na "pipoca", 15,5% em blocos, 8,5% em camarotes e 13,9% mesclaram as alternativas disponíveis. Daqueles que participaram dos blocos carnavalescos, 66,1% pularam o carnaval em blocos de trio e 29,8% em entidades de matriz africana. Quando questionados sobre o que mais gostaram na festa, 67,5% dos entrevistados indicaram as atrações artísticas, enquanto 12,9% citaram os encontros sociais.
Jovens e mulheres são os que
mais participaram do Carnaval 2009
A PED revelou que o carnaval da Bahia é fortemente marcado pela presença de jovens. Em relação à faixa etária das pessoas residentes que freqüentaram a festa, a pesquisa mostrou que 76,3% dos entrevistados tinham entre 14 e 39 anos (36,4% entre 14 e 24 anos e 39,9% entre 25 e 39 anos).
Os jovens foram maioria tanto na "pipoca" quanto nos blocos de trio, os números indicam que 38,7% dos que brincaram em blocos de trio tinham entre 14 e 24 anos e 40,4% entre 25 e 39 anos. Em relação às pessoas que participaram na "pipoca", 39% tinham entre 14 e 24 anos e 40,2% de 25 à 39 anos. Já nos camarotes, 39% das pessoas informaram ter mais de 40 anos.
As mulheres também foram maioria no carnaval 2009, seja nos blocos, nos camarotes ou na pipoca, 57,1% contra 42,9% de participação masculina. A presença feminina foi maior nos camarotes (63,4%), contra 42,9% de homens; já na pipoca, as mulheres representaram 56,9%, enquanto os homens 43,1%.
Moradores de Salvador gastaram
R$ 127,7 milhões no carnaval 2009
A estimativa do gasto total dos foliões do carnaval 2009 foi de R$ 127,7 milhões, destes R$ 40,6 milhões foram provenientes das pessoas que brincaram em bloco (32% do total), e R$ 29,9 milhões da "pipoca" (23,3% do valor total). As pessoas que mais gastaram foram aquelas que brincaram em bloco e camarote em um só dia, com um gasto médio de R$ 221,03/dia. Aquelas que brincaram apenas em bloco tiveram um gasto médio diário de R$ 162,00, e as pessoas que pularam na "pipoca" gastaram R$ 31,11/dia.
Interior da Bahia e Ilha de Itaparica são os
principais destinos dos que viajaram no carnaval 2009
A pesquisa identificou que cerca de 1,93 milhão de pessoas, residentes em Salvador, não participaram do Carnaval de 2009. A maioria preferiu ficar em casa, 1,5 milhão (62,7%) e a outra parte viajou 360 mil (14,3%).
Cerca de 42,3% das pessoas que viajaram foram para o interior da Bahia e apenas 8,7% disseram ter ido para outros estados e países.
Os principais destinos daqueles que viajaram no carnaval foram: a Ilha de Itaparica (28,1%) e o Litoral Norte (20,9%).
Dos residentes em Salvador que não viajaram, nem participaram de alguma forma do carnaval (não saíram de Salvador, não foram e não trabalharam na festa), que representou 62,7% dos entrevistados, a maioria se dedicou a atividades domiciliares diversas 86,7%. O total de pessoas que acompanharam o carnaval pela televisão chegou a 7,3%, enquanto 3,8% trabalharam em atividades não relacionadas ao carnaval e 2,2% buscaram outro tipo de lazer fora de casa.
O trabalho no carnaval de Salvador
Enquanto algumas pessoas encontraram no Carnaval uma oportunidade para descansar, viajar ou aproveitar a folia, cerca de 100 mil moradores da cidade de Salvador, 4% da População em Idade Ativa (PIA), aproveitaram para trabalhar. Os dados mostram que a maioria das pessoas que trabalhou no carnaval era negra (88,7%) e a faixa etária mais presente foi de 25 a 39 anos (50,2%). Em relação ao gênero, predominou a presença masculina com 58,9% dos trabalhadores, e as mulheres 41,1%. De uma forma geral, a pesquisa constatou que os homens, negros, com idade superior a 25 anos representaram a maior parte das pessoas (residentes na capital) que trabalharam no carnaval de Salvador.
Quase a metade dos trabalhadores pesquisados (48,7%) possui escolaridade igual ou inferior ao 2º grau incompleto. Já a participação daqueles com 2º grau completo e 3º grau incompleto foi de 43,8% e apenas 7,5% das pessoas que trabalharam no Carnaval possuíam diploma universitário.
Além dos trabalhos temporários, que correspondeu a 60,2% da ocupação no Carnaval 2009, destacaram-se os trabalhos classificados como "mão de obra permanente", ou seja, as pessoas realizavam a mesma atividade fora do Carnaval (39,8%).
A pesquisa revelou que as principais ocupações na festa foram: vendedores ambulantes, motoristas, cobradores, guardas, policiais e oficiais, vigilantes e seguranças particulares, auxiliares de serviços gerais, faxineiros, lixeiros e trabalhadores da construção civil. Outro grupo de trabalhadores identificado pela pesquisa é o prestador de serviços de unidades domiciliares, formado pelos empregados domésticos, lavadeiras, passadeiras, costureiros, atendentes de bar e lanchonete, cozinheiros e alfaiates. Os artistas - compositores e músicos - completaram o cenário dos trabalhadores na festa.