O comércio de Feira de Santana vai fechar nesta sexta-feira (17) a partir das 17 horas e voltar às atividades a partir do meio-dia de segunda-feira (20), para que todos brinquem a maior festa do interior baiano, a Micareta de Feira de Santana.

  Decreto neste sentido foi publicado pela Prefeitura Municipal, com base em acordo firmado entre os sindicatos patronal e dos comerciários. O ato oficial foi assinado pelo prefeito Tarcízio Pimenta, chefe de Gabinete Milton Britto e pelo procurador geral do Município Carlos Lucena.

   A determinação vale para todos os estabelecimentos localizados no município. Deve ser cumprida durante todo período da Micareta, que será aberta oficialmente na noite desta quinta-feira.

   De acordo com o decreto, o Executivo vai fiscalizar o seu cumprimento, por meio de fiscais da Secretaria da Fazenda. Aos infratores serão atribuídas as penalidades previstas no artigo 3º, da Lei 2.299, de 11 de dezembro de 2001, que também regulamenta o funcionamento destes estabelecimentos no município.

  HISTÓRICO 
  MICARETA  

   Uma história que muitos feirenses conhecem e se orgulham dela. As chuvas impediram a realização do Carnaval. Depois da Quaresma, jovens lotaram os salões das filarmônicas e plantaram a semente da Micareta. Isto aconteceu em abril de 1937.

  A Micareta de Feira, que nasceu afrancesadamente Micareme, é a mais antiga e tradicional do gênero. Não há quem não queira aqui se apresentar. Depois do Carnaval de Salvador, cantores, bandas e empresários consideram o grande palco feirense como o melhor. O mais visível. Onde tudo pode acontecer. Inclusive a catapultada para o sucesso. E não é para menos. A vitrine é imensa.

  Feira nunca mais foi a mesma - isto em termos festivos. O Carnaval local também não. Cedeu lugar definitivamente à nova manifestação. Todos os anos, gerações se unem com o mesmo objetivo: comemorar, saudar, brincar. Voltar a ser criança.

  O Carnaval de abril tomou os corações dos feirenses e sacode o Brasil. Ganhou nomes diversos. Mas a essência continua a mesma: o de Carnaval fora de época que leva multidões, cada vez crescente, às avenidas de cidade de todos os portes.

Micareta virou sinônimo de alegria. E a de Feira, a raiz de todas as outras, não perdeu o fôlego, mesmo depois de 72 anos de criada - e de 71 edições realizadas. Não aconteceram as festas de 1944 - devido a 2ª Guerra Mundial, e a de 1966, por causa golpe militar.

A partir desta quinta-feira (16), a cidade passa a respirar Micareta. A festa será a energia que vai mover milhares de foliões para o Circuito Maneca Ferreira, os espaços Charles Albert e Quilombola, e os palcos Jota Morbeck e o montado no Tomba.

Multidões brincarão atrás dos trios. A mistura de ritmos é outra garantia. Quem gosta de axé se diverte, quem curte samba e pagode, também. O reggae tem espaço garantido. O forró vem ganhando espaço nos últimos anos. É uma verdadeira democracia musical.

Grandes nomes; todos os ritmos

Será a Micareta de todos os grandes nomes da música baiana e de todos os ritmos. Do axé ao pagode, passando pelo reggae e o forró. São atrações que emanarão energia e alegria para todos os foliões. Alegria é uma das mais fortes características da mais genuína das festas feirenses.

Feira é parada obrigatória para esta turma, formada por veteranos, como Margareth Menezes, e de novatos na folia, como o cantor romântico Belo. Que aqui começaram e por aqui querem iniciar uma carreira de sucesso.

Pelo Circuito Maneca Ferreira e nos palcos montados pela Prefeitura em pontos considerados estratégicos, se apresentarão nomes como Daniela Mercury, Margareth Menezes, Luiz Caldas, Vixe Mainha, Carlinhos Brown, Adão Negro, entre muitos outros.

Os blocos também fazem, e muito bem, a parte que lhes cabe. Trazem nomes que garantem a festa, como o Chiclete com Banana, Asa de Águia, Cláudia Leitte, Timbalada, Eva, Adelmário Coelho, Fantasmão, Parangolé e Pagodart, que lideram uma lista grande de atrações.

A Prefeitura faz a parte dela ao trazer nomes reconhecidamente talentosos na arte de animar a massa que, por motivos pessoais ou financeiros, deixam de lado os blocos e caem na folia no meio da multidão. A volta à alegria infantil é inevitável.

E por falar em regressão, idosos e crianças tem espaço garantido na praça da Kalilândia, onde montado o Espaço Charles Albert. Lá são realizados os bailes da saudade e a formação dos futuros foliões, que são as crianças.