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LUIZ CALDAS FAZ MANIFESTO CONTRA SECRETÁRIO DA CULTURA MÁRCIO MEIRELES

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| 22/02/2009 às 16:04
Luis Caldas não teria aceito valor dispensado pela Secult
Foto: Foto: Arquivo

   O criador da Axé Music, o cantor, compositor e multiinstrumentista Luiz Caldas, foi boicotado pelo secretário de Cultura baiano, Márcio Meirelles, que não deu a mínima atenção ao projeto carnavalesco do artista encaminhado via primeira-dama Fátima Mendonça. Pelo projeto, Luiz Caldas tocaria por três dias (quinta, sexta e domingo) nas ruas de Salvador puxando um trio independente para o folião pipoca.


   Quando o boicote do secretário foi à tona, na quarta-feira, dia 18, Luiz Caldas fez uma carta de protesto e encaminhou ao governador Jaques Wagner e à primeira-dama Fátima Mendonça relatando o ocorrido, mostrando, dentre outras coisas, os desmandos do secretário Márcio Meirelles, que a esta altura havia gasto os R$ 3,3 milhões para assegurar a festa do folião pipoca com artistas de seu interesse.


    Ainda no dia 18, o secretário de Turismo, Domingos Leonelli, foi acionado pelo governo baiano para mediar o impasse causado por Meirelles, chegando a um entendimento de última hora com Luiz Caldas, reduzindo de três para dois dias (sexta e domingo) a participação do artista na festa. Na sexta-feira, porém, Luiz Caldas ficou impossibilitado de tocar porque não disponibilizaram um trio elétrico.


     Indignado com o descaso e a falta de respeito por parte do secretário Márcio Meirelles, Luiz Caldas escreveu um manifesto contra o secretário de Cultura baiano. O texto será lido em pleno Carnaval de Salvador, mostrando um pouco da política anti-cultural que vem sendo aplicada por Meirelles, que, conforme o manifesto, tem poder de mando e desmando maior do que o poder do governador e da primeira-dama.



Salvador, 22 de fevereiro de 2009.


Manifesto de Luiz Caldas contra Márcio Meirelles


Senhores dirigentes, foliões baianos e de outras localidades.

Estou sendo perseguido pelo senhor Márcio Meirelles, secretário de Cultura do Estado, que de todas as formas tentou impedir a minha participação no Carnaval de Salvador.

Será que o motivo foi o de eu não querer participar de um trio temático dos anos 80, algo que não acrescenta em nada a minha rica trajetória musical?


Saiba senhor Márcio Meirelles que eu sou dos anos 80, orgulhosamente, e também sou da modernidade, sou do século XXI e estou lançando 130 canções inéditas de uma só vez. Isso já é notícia em todo o Brasil. É cultura, como o Carnaval é cultura, como é a Axé Music que inventei. Não posso viver preso ao passado.


O nosso governador Jaques Wagner e a primeira-dama Fátima Mendonça queriam a minha participação na festa, mas o senhor Márcio Meirelles, da anti-cultura, tem uma borracha maior do que a caneta do governador, e, por ser "todo poderoso", apagou o meu projeto que era para tocar três dias no Carnaval de Salvador e para o folião pipoca. Vejam quem ele contratou, esquecendo propositalmente o projeto de um dos integrantes diretos desta festa.


Não gosto de me envolver em política de Estado, mas peço publicamente ao governador Jaques Wagner para analisar a conduta deste senhor Meirelles. Será que vale a pena deixar um mandatário cultural boicotar artistas que têm poder simbólico e que fazem parte desta festa carnavalesca para os foliões pipoca? É algo para se avaliar.

É isso foliões. Fiquei sem tocar dois dias em Salvador por conta do jogo sujo que está acontecendo na Cultura baiana.


É hora de dar um basta nisso e respeitar quem tem história e ainda faz história. A pasta da Cultura merece alguém melhor, ao menos alguém que respeite os artistas locais.


Luiz Caldas, criador da Axé Music