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FILHOS DE GANDHY DESFILA NA AVENIDA COM "60 ANOS DE PAZ" NO CARNAVAL

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| 06/01/2009 às 21:08
O mais antigo e um dos poucos blocos democráticos da cidade do Salvador
Foto: Foto: Arquivo
  Já é carnaval para o Afoxé Filhos de Gandhy, com o tema "60 anos de paz".
 
  E sua diretoria não se descuida dos assuntos administrativos da entidade: no próximo dia 10 de janeiro anuncia para seus associados a prestação de conta de 2008.

No dia 13 a diretoria se reúne para concluir os planos do grande evento de 15 janeiro, dia da caminhada à Colina Sagrada.

  O Filhos de Gandhy estará na tradicional cortejo com mais de 500 componentes. A diretoria avisa que as camisas já estão à venda na sede do afoxé, na Rua Gregório de Mattos, nº 83, no Pelourinho.


  Depois da Lavagem do Bonfim, os associados têm novo encontro na sede. No dia 17 haverá a reunião de artesões. O assunto é o turbante que será usado no carnaval.


  A diretoria lembra aos nativos e aos turistas que os ensaios para o carnaval são sempre aos domingos, das 15h às 22 horas, na quadra do Gandhy, no Pelourinho. Cada ensaio, com a ala de canto renovada, tem a presença de um convidado especial.


HISTÓRICO

Em 1948 os estivadores eram tidos como privilegiados, dadas às condições econômicas da época que lhes favorecia e ao fato de não terem patrões. O trabalho era fiscalizado pelo próprio sindicato dos estivadores, o que lhes conferia um certo status.

Data desse ano a fundação do bloco "Comendo Coentro", composto de um caminhão em que se instalaram vários instrumentos musicais, seguido dos estivadores, trajados finamente com o que de mais elegante existia: roupas de linho importado, chapéus "Panamá" e sapatos "Scamatchia". A festa era regada a muita comida e bebida e os estivadores chegavam a alugar barracas para a farra carnavalesca.

Em 1949 com a política de arrocho salarial, numa verdadeira economia de pós-guerra, o Governo Federal interviu nos sindicatos, inclusive no sindicato dos estivadores, o que fez decair a renda dos sindicalizados. O "Comendo Coentro" não pode sair às ruas devido à crise financeira que se abateu sobre os estivadores e porque eles não queriam desfilar em condições inferiores as do ano anterior.

Surgiu, então, a idéia de levar um "cordão", ou bloco de carnaval, idealizado por Durval Marques da Silva, o "Vava Madeira", com o apoio dos demais estivadores arrecadaram dinheiro e foram às compras, adquirindo lençóis para serem utilizados na confecção dos trajes, barris de mate e couro, com os quais construíram os tambores utilizados no acompanhamento do cortejo.

O nome do bloco foi sugerido por "Vava Madeira", inspirado na vida do líder pacifista Mohandas Karamchand Gandhi, trocando-se, entretanto, a letra "i" por "y", com a intenção de evitar possíveis represálias pelo uso do nome de uma importante figura do cenário mundial. Batizou-se então o bloco com o nome "Filhos de Gandhy".