O Carnaval de Salvador enfrente esse dilema
Ala do Malê desfilando no circuito do Campo Grande, carnaval de 2006.
Foto:
O diretor do bloco negro-metiço do bairro de Itapuã, Malê Debalê, Josélio de Araújo, vem batendo na mesma tecla todos os anos e afirma que há um "apartheid" econômico contra os blocos negro-mestiços, conhecidos como blocos afro, que não conseguem ter patrocinadores das empresas que investem no Carnaval de Salvador.
O caso do Malê não é isolado. Outros blocos - Mulherada, Gandhy, Ilê, Muzenza, Os Negões, etc - também enfrentam esse problema e quase sempre, salvo exceções de um ou outro, acabam recebendo apoio apenas da Prefeitura de Salvador e do Estado para que possam colocar suas alas na avenida.
É um drama que se repete todos os anos. As empresas que investem no Carnaval alegam que os blocos afro desfilam muito tarde e ninguém vê, salvo seus associados, e emissoras de televisão que fazem matérias especiais sobre eles, caso da TV Bahia com Vanda Shaize.
Os diretores do blocos afro dizem que são discriminados e não entendem como a cidade do Salvador sendo de maioria negra-mestiça não tenha patrocinadores à altura para suas entidades.
CAMAROTES X AFRO
Josélio diz que as entidades e grupos privados que dominam o circuito Barra Ondina não têm dificuldades em conseguir patrocinadores para seus camarotes, havendo até uma superposição de marcas, enquanto os afros penam para conseguir apenas um patrocinador.
Somente esta semana é que o governo do Estado e a Prefeitura vão definir qual a ajuda que darão as entidades afro.