Relatórios de monitoramento apontaram superlotação frequente na emergência, atrasos em procedimentos cirúrgicos, carência de insumos e medicamentos, fatores que comprometeram a resolutividade dos serviços.
Tasso Franco , Salvador |
30/09/2025 às 09:59
Dificuldades da organização social em assegurar a plena capacidade
Foto: Leonardo Rattes
O Governo do Estado decidiu encerrar, nesta terça-feira (30), o contrato com o Instituto de Gestão e Humanização (IGH), responsável pela administração do Hospital Regional Deputado Luís Eduardo Magalhães (HRDLEM), em Porto Seguro. A medida ocorre diante de dificuldades da organização social em assegurar a plena capacidade operacional da unidade frente à alta demanda assistencial.
Com 152 leitos e mais de 900 funcionários, o HRDLEM é uma das referências em média e alta complexidade para o Extremo-Sul. O hospital reúne serviços de urgência e emergência clínica, cirúrgica, obstétrica, oncológica e ortopédica, além de internações e atendimentos ambulatoriais.
Relatórios de monitoramento apontaram superlotação frequente na emergência, atrasos em procedimentos cirúrgicos, carência de insumos e medicamentos, fatores que comprometeram a resolutividade dos serviços. De acordo com a classificação de risco dos pacientes acolhidos na emergência, em média, 52% dos casos poderiam ser resolvidos na Atenção Primária dos municípios. Desses atendimentos, a maior abrangência prevaleceu dos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália.
Diante desse cenário, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) convocou o Instituto Setes, organização social que figurou como segunda colocada no último certame, para assumir a gestão a partir de 1º de novembro. O procedimento segue a legislação vigente, preservando a continuidade da assistência.
A transição ocorrerá de 1º a 31 de outubro, com o objetivo de assegurar não apenas a estabilização da unidade, mas também a ampliação da qualidade assistencial. A nova gestão deve implementar medidas imediatas para reorganizar fluxos internos, reduzir a superlotação, garantir o fornecimento de insumos e adotar práticas que reforcem a resolutividade do hospital. Durante esse período, o funcionamento da unidade será monitorado por uma comissão técnica.