Saúde

EVENTO DEBATE NOVOS MARCADORES DE CARDIOTOXICIDADE EM TRATAMENTOS

Cardiologista Dr. Flávio Cure apresenta no III Congresso Internacional de Cardiologia da Rede D’Or marcadores que acusam cardiotoxidade do tratamento possibilitando atuação precoce
Vithal Comunicação Integrada , Salvador | 14/08/2024 às 19:08

Os avanços no tratamento do câncer têm melhorado significativamente a sobrevida à doença. No entanto, estes pacientes, após o tratamento, têm tido um risco de mortalidade 2-5 vezes maior devido a doenças cardiovasculares do que a população em geral. Assim, nos últimos anos a cardiotoxicidade em oncologia tem sido objeto de inúmeros estudos com vistas a determinar precocemente efeitos colaterais cardíacos e poder intervir.

É sobre estes marcadores que o cardiologista Dr. Flávio Cure, responsável pelo serviço de Cardio-oncologia da Rede D’Or, vai abordar em sua palestra "Atualização de drogas cardiotóxicas no tratamento do câncer" (17/08) no III Congresso Internacional de Cardiologia da Rede D’Or, que acontece de 15 a 17 de agosto, no hotel Windsor Oceânico, na Barra da Tijuca.

O principal avanço é o uso de novos marcadores para o reconhecimento e tratamento precoce da cardiotoxicidade causada pelas medicações no tratamento do câncer de mama e câncer hematológico, como: PCR, BNP, troponina e procalcitonina.

“O PCR, por exemplo, indica a presença de infecção ou inflamação. O BNP indica descompensação cardíaca, a troponina acusa irritação do miocárdio e, por fim, a procalcitonina pode indicar infecção bacteriana ou não”, explica Dr. Cure.

Como o tratamento oncológico age no coração?

A toxicidade pode afetar diretamente as estruturas musculares importantes do coração ou indiretamente, através do aumento de eventos trombogênicos e alterações hemodinâmicas que afetam o fluxo sanguíneo.

Entre os efeitos cardiovasculares em pacientes em tratamento contra o câncer estão a cardiomiopatia, a insuficiência cardíaca, a taquicardia, entre outros.

Segundo Dr. Flávio Cure, é necessário um tratamento multidisciplinar em parceria com o oncologista para evitar e monitorar possíveis efeitos colaterais e melhorar a qualidade de vida do paciente.

“Entre os medicamentos usados no tratamento do câncer de mama e hematológicos, sabe-se que as antraciclinas são um grupo de antibióticos cuja cardiotoxicidade continua sendo um dos principais fatores limitantes de seu uso”, alerta o médico.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), estudos mostraram que de 63.566 pacientes com câncer de mama, cerca de 15% dos óbitos ocorreram por causas cardiovasculares oito anos após o tratamento oncológico. Já a morte em decorrência do próprio câncer foi responsável por 15,1% dos óbitos analisados. A morte por problemas cardiovasculares é mais incidente em mulheres que descobriram a doença em estágio mais avançado e naquelas acima de 75 anos. 

No dia 16 de agosto, Dr. Cure participa da conferência "Paciente oncológico na emergência: Como conduzir?".

“O paciente oncológico apresenta febre, náuseas, vômitos, constipação, incapacidade de ingestão alimentar, dispneia e dor. Na prática as quatro principais urgências oncológicas são: hipercalcemia, que pode causar confusão mental, a síndrome de compressão medular, que gera dor de difícil controle, a síndrome da lise tumoral, que gera distúrbios metabólicos podendo levar à lesão renal, e a neutropenia febril, que pode causar anemia. E precisamos ficar atentos para intervir precocemente”, explica o cardiologista.

O III Congresso Internacional de Cardiologia da Rede D’Or acontece de 15 a 17 de agosto, no hotel Windsor Oceânico, na Barra da Tijuca. O evento contará com a participação de grandes especialistas da área de cardiologia para debater diferentes temas e inovações do setor.

Mais informações: https://www.congressocardiologiador.com/