Método transoral elimina cicatrizes visíveis e aumenta chances de preservação das glândulas paratireoides
Comunicação Cárdio Pulmonar , Salvador |
23/08/2019 às 14:11
Tireóide
Foto: divulgação
A cirurgia de tireoide ganhou uma nova modalidade a partir de técnica minimamente invasiva que elimina a cicatriz do pescoço. Com a chamada de tireoidectomia transoral, as incisões são feitas a partir do vestíbulo – espaço entre o lábio e a gengiva dos dentes inferiores. São feitas três pequenas incisões para a passagem da câmera e das pinças de manipulação e retirada da glândula.
Além de reduzir os cortes, a cirurgia permite maior preservação das paratireoides - quatro glândulas que ficam no pescoço, atrás da tireoide, e cuja função é controlar níveis de cálcio no sangue através da produção do hormônio paratireoideano ou paratormônio (PTH).
Especialista na técnica, o cirurgião de Cabeça e Pescoço da equipe do Hospital Cárdio Pulmonar, Leonardo Kruchewsky, destaca que as incisões convencionais para a retirada da glândula são discretas. No entanto, se há algum incômodo por parte do paciente e ele apresenta perfil para a técnica, é possível optar pela tireoidectomia por acesso transvestibular ou tireoidectomia transoral.
“É uma cirurgia segura e os trabalhos iniciais mostram resultados semelhantes aos da cirurgia convencional aberta. A vantagem é o acesso sem cicatriz e a forma com que o cirurgião manipula e enxerga as estruturas por meio de câmeras de alta resolução que permitem a visualização e identificação ampliada pela magnificação da imagem por vídeo, das paratireoides e os nervos laríngeos que dão mobilidade às cordas vocais”, explica o cirurgião.
Recuperação
O pós-operatório também é muito semelhante ao da cirurgia aberta em termos de internação e retorno ao trabalho. “As cicatrizes são mínimas e ficam escondidas por traz do lábio, o que é uma vantagem para quem tem problema de queloide ou simplesmente quer evitar a cicatriz”, destaca Leonardo Kruchewsky.
A tireoidectomia transoral é indicada, sobretudo, para pacientes sem tireoidite ou com tireoide de cerca 10 centímetros e, que deseje evitar uma cicatriz no pescoço, como explica o cirurgião, que realizou cursos em São Paulo, pela Sociedade Paulista de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e na Johns Hopkins University, nos Estados Unidos.