Flores e plantas podem favorecer, em determinados ambientes, o aparecimento de infecções, afirma especialista
Da Redação , Salvador |
24/09/2018 às 11:55
É comum que na primavera, uma das estações mais belas do ano, ocorra o aumento de algumas doenças transmitidas por via respiratória, como sarampo, rubéola, rinite alérgica, conjuntivite, alergias e inclusive a varicela. Popularmente conhecida como catapora, esta doença é altamente contagiosa e atingiu mais de 600 mil pessoas no Brasil, no período entre 2012 e 2017 - em torno de 200 mil eram crianças entre 1 e 4 anos. Com a chegada da estação no final de setembro, especialistas alertam para a importância da vacinação como principal forma de prevenção.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, a catapora pode se manifestar durante todo o ano, mas observa-se aumento dos casos no período da primavera, entre os meses de agosto e novembro. “Com o desabrochar das flores, os pólens se dispersam no ar - irritam os olhos, as mucosas nasais e a garganta - e alcançam as vias respiratórias em decorrência das mudanças de temperatura e umidade. Esse cenário é ideal para os vírus e as bactérias se disseminarem e multiplicarem, favorecendo as infecções”, por isto sua utilização é inadequada em ambientes hospitalares, por exemplo, explica o infectologista do Laboratório Sabin em Salvador, Claudilson Bastos.
No caso da catapora, o contágio está relacionado à transmissão da doença pelo contato de gotículas e secreções respiratórias entre as pessoas. Causado pelo vírus Varicela-zoster (VVZ), a doença é considerada de curso benigno e, após a infecção, o vírus permanece latente no organismo. O infectologista explica, porém, que em situações de baixa imunidade, envelhecimento, doença grave ou pessoas transplantadas (tratamento imunossupressor) pode ocorrer a reativação do vírus, ocasionando o surgimento de bolhas (vesículas) localizadas no trajeto dos nervos, com potencialidade de dor intensa. “É importante evitar a coceira ao máximo, pois facilita as infecções bacterianas”, lembra.
Além disso, mesmo que raro, a catapora pode evoluir para complicações mais graves, como pneumonia, meningite e encefalite, e até óbito.
O doutor afirma que existem meios de prevenção para a doença, por meio da vacinação, podendo evitar as complicações e amenizar a evolução do quadro clínico. De acordo com a idade, crianças a partir de 12 meses de idade devem ser vacinadas e tomar uma segunda dose após três meses; já adolescentes devem tomar duas doses (para menores de 13 anos o indicado é um intervalo de três meses e, a partir dessa idade, de um a dois meses); no caso dos adultos, aconselha-se tomar duas doses com intervalo de um a dois meses.
A vacina contra a catapora, disponível nas unidades do Sabin, é indicada mesmo para aqueles que já desenvolveram a doença. Nesses casos, a recomendação é aguardar intervalo mínimo de um ano, entre o quadro agudo e a aplicação da vacina.
Cobreiro
Outra doença causada pelo vírus Varicela-zoster é a herpes-zoster, conhecida como cobreiro ou fogo. Assim como a catapora, esse tipo de herpes é considerado benigno, mas pode evoluir para complicações graves nos pulmões e sistema nervoso central, além de óbito. A principal forma de prevenção também é a vacinação, recomendada para idosos a partir de 60 anos, sendo necessária apenas uma dose. O infectologista ressalta que em casos de pacientes com histórico de herpes zóster oftálmico - quando a doença atinge os olhos, não existem ainda dados suficientes para indicar ou contraindicar a vacina.