Cada dia é mais comum que homens e mulheres, que já são pais e optaram por métodos de contracepção definitivos, como a vasectomia e a laqueadura, resolvam em algum momento de suas vidas ter mais filhos, especialmente após um novo casamento. Embora essas técnicas possam ser revertidas cirurgicamente, muitas vezes a reversão não devolve ao casal a sua capacidade reprodutiva. Segundo o ginecologista e especialista em Reprodução Humana, Joaquim Lopes, diretor do Cenafert, embora seja possível reverter a vasectomia e a laqueadura de trompas,as condições de fertilidade do casal devem ser, cuidadosamente, avaliadas antes da indicação de uma cirurgia. Em muitos casos a reprodução assistida, através da técnica de Fertilização in Vitro, é a alternativa mais indicada e pode aumentar consideravelmente as chances do casal engravidar. Caso a mulher já tenha acima de 35 anos e a depender das condições das suas trompas após a laqueadura e do espermograma do marido, a cirurgia não é recomendada. "Quanto maior for o período de tempo entre a vasectomia ou a laqueadura e a cirurgia para a sua reversão, menor são as chances de uma gravidez natural ", explica Joaquim Lopes. "Ao tomar a decisão de ter filhos, o casal deve buscar um especialista que avalie suas condições de fertilidade", recomenda o médico.
Sobre a Fertilizição in Vitro (FIV)
De acordo com dados levantados pelo SisEmbrio (Sistema Nacional de Produção de Embriões) / ANVISA, em 2015 foram realizados, no Brasil, 35.615 ciclos de fertilização in vitro. A fertilização “in vitro”, conhecida popularmente como “bebê de proveta”, é uma das técnicas de reprodução assistida mais usadas em todo o mundo, já tendo gerado mais de seis milhões de crianças. Na fertilização in vitro, a mulher utiliza medicamentos para produzir um maior número de folículos (que no seu interior abrigam os óvulos), sendo que o controle do desenvolvimento destes é feito com exames de ultrassom.
A coleta dos óvulos é feita através de uma punção pela via vaginal, guiada pelo ultrassom. Os óvulos coletados são colocados num meio adequado, juntamente com os espermatozóides, numa incubadora e três a cinco dias depois são transferidos para o útero da paciente com uma cânula especial.
Habitualmente, o número de embriões transferidos para o útero não deve exceder dois (ou 3, dependendo da idade da mulher), com o objetivo de se evitar a gestação múltipla. Os embriões excedentes devem ser congelados para uma posterior transferência, não sendo permitido pelo Conselho Federal de Medicina que estes embriões sejam desprezados em nenhuma circunstância.