Um paciente diagnosticado com câncer após receber um transplante de rim quer levantar o debate sobre as doações de risco na Grã-Bretanha.
Robert Law ficou sabendo que precisava do transplante em 2010. Atendido pelo NHS, o serviço público de saúde britânico, ele foi submetido a uma cirurgia e recebeu o novo órgão.
Porém, uma semana depois, foi avisado de que o procedimento lhe rendera um problema talvez até mais grave: um câncer no sangue.
"Eu sabia que a operação poderia ser perigosa, que eu podia morrer na mesa de cirurgia ou o rim podia não ser aceito pelo meu corpo", disse Law.
"Estava preparado para essas circunstâncias. Mas se estivesse escrito em algum lugar que, além de tudo, eu poderia pegar câncer, teria dito simplesmente: não obrigado."
O paciente foi submetido a tratamento quimioterápico e estaria livre da doença.
Law disse que não foi avisado pelos médicos que realizaram o procedimento de que havia risco de que o doador sofresse de linfoma. O paciente está buscando indenização com o argumento de que não ter sido avisado desse risco de antemão constitui um erro humano.
A entidade disse à BBC que centenas de pessoas se beneficiam anualmente de órgãos de doadores que podem ser considerados de alto risco.
Devido ao déficit de órgãos disponíveis, o NHS argumenta que ninguém deve deixar de ser doador por causa de idade, condição de saúde ou estilo de vida.
Nick Bradshaw, que precisa de um transplante de coração urgentemente, afirmou concordar com a política que vem sendo adotada pelos médicos. Ele vive em um hospital e já teve duas cirurgias marcadas e canceladas no último momento.
Bradshaw disse que aceitará qualquer órgão que puder receber.
"Se você faz (a cirurgia), tem alguma porcentagem de chance de sobreviver. Mas se não fizer, tem 100% de chance de não conseguir", raciocina.