Segundo dados da Sociedade Brasileira de Hepatologia, mais de dois milhões de brasileiros estão infectados pela hepatite C, e grande parte sequer tem noção da sua doença
Texto & Cia , Salvador |
14/07/2013 às 06:22
Simpósio aconteceu em Salvador
Foto: Juarez Neves
Mais do que o gasto de milhões de dinheiro, os erros no diagnóstico em pacientes com Hepatites Virais custam vida. Os desafios de um diagnóstico mais seguro e eficaz foram debatidos durante a 16ª edição do simpósio Hepatologia do Milênio, coordenado pelo Dr. Raymundo Paraná. Evento, que é realizado no Bahia Othon Palace HoteL.
“Pacientes com hepatite C têm respostas diferentes ao tratamento com os medicamentos que temos no mercado, a exemplo daqueles que têm cirrose hepática. A grande pergunta que devemos fazer é: qual antiviral é o mais adequado? Por isso a necessidade de fazermos uma investigação muito criteriosa. É um ‘quebra-cabeça’ que temos que montar”, explicou o médico hepatologista argentino Marcelo Silva. “Espero que em até cinco anos a Argentina tenha, em todos os seus centros de saúde, profissionais capacitados para lidar com os problemas mais complexos do fígado e que os medicamentos sejam cada vez mais acessíveis a toda a população, controlando seus efeitos adversos. Desejo que o Brasil siga o mesmo caminho, por isso estamos aqui disseminando este conhecimento”, completa.
Hoje (12), no terceiro e último do evento, membros do Ministério da Saúde e coordenadores do Hepatologia do Milênio se reunirão para discutir a capacidade da rede pública de saúde para tratar os pacientes com hepatite C. Cada tratamento para hepatite C gira em torno de 80 mil reais por paciente, portanto se exige do médico e das instituições de saúde absoluta responsabilidade para o uso correto destes recursos. “Aqui na Bahia temos apenas dez centros de saúde que oferecem o Boceprevir e o Telaprevir e a meta é que tenhamos 400 centros no estado com estes medicamentos oferecidos à população ainda neste ano de 2013. O Ministério da Saúde está sensível a este problema e vendo qual a melhor forma de atuar em conjunto com os coordenadores locais de saúde”, explica o Dr. Raymundo Paraná.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Hepatologia, mais de dois milhões de brasileiros estão infectados pela hepatite C, e grande parte sequer tem noção da sua doença. Dentre eles, apenas 26 mil se encontram na rede pública de saúde para tratamento. Os novos medicamentos para tratar a hepatite C agregam eficácia, mas também agregam complexidade por causa dos seus efeitos adversos.