O aumento crescente de índices de obesidade e câncer sugere alguma relação entre as duas doenças. Nos EUA, mais de 90 mil mortes anuais poderiam ter sido evitadas com o controle de peso, de acordo com a Sociedade de Câncer Americana. Em mulheres, o excesso de peso leva a um aumento de hormônios circulantes no organismo, os quais estão envolvidos no desenvolvimento de alguns tumores malignos, como o do endométrio e o de mama, por exemplo. O peso excessivo também aumenta o risco de câncer de intestino por mecanismos ainda não totalmente explicados.
O índice de massa corporal (IMC) é a medida-padrão da obesidade, calculada pela divisão do peso em quilogramas pela altura ao quadrado em metros. Uma pessoa com 30 de IMC é considerada obesa, enquanto outra com IMC superior a 40 é considerado obesa mórbida. Portanto, quanto maior for esse índice, mais chances existem de se adquirir doenças como o câncer e o diabetes, além de complicações como problemas musculares e de pele, infertilidade, derrame, doenças cardíacas e hipertensão. "Por isso hoje faz parte da rotina de todo médico aconselhar pacientes a ficar dentro de um limite de peso", afirma o oncologista Vinícius Carrera, da Clínica AMO.
Recentemente foi publicado o resultado de um estudo no Journal of the American Medical Association - jornal de elevado prestígio na comunidade médica nos EUA -, que acompanhou por um longo período 87.143 mulheres na pós menopausa e conseguiu provar associação entre excesso de peso e aumento de risco de câncer. As mulheres que tinham aumento significativo de peso durante a vida adulta tinham um excesso de risco de um diagnóstico de câncer de quase 50% em relação às que mantiveram o peso.
A obesidade também pode estar associada a pior evolução do câncer em homens. Segundo as mais recentes pesquisas realizadas nos EUA, os homens com excesso de peso diagnosticados com câncer de próstata podem ter uma doença mais agressiva.