Salvador com mais tecnologia e novas ações para minimizar os efeitos do período chuvoso em 2019, que ocorre mais intensamente nos meses de abril a junho. Com decreto assinado na ocasião pelo prefeito ACM Neto, a Operação Chuva teve os detalhes apresentados em coletiva realizada no Palácio Thomé de Souza, nesta segunda-feira (18). Estiveram presentes na ocasião o vice-prefeito e secretário de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), Bruno Reis, e o diretor-geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Sosthenes Macêdo, dentre outros secretários e gestores municipais, corpo técnico e voluntários da Codesal e demais autoridades.
O prefeito salientou que, a cada ano, a capital baiana vem se preparando de maneira cada vez mais completa e, mais uma vez, a administração municipal está toda organizada para enfrentar os episódios envolvendo as chuvas. “O investimento este ano é na ordem de R$70 milhões a ser aplicado em diversas obras, como contenção de encostas, implantação de geomantas, macro e microdrenagem, recuperação de escadarias drenantes, aplicação de lonas, conscientização e treinamento das comunidades, investimento em tecnologia no sistema de alerta e alarme, com monitoramento do volume de águas e, claro, trazendo também novas tecnologias”, afirmou.
Além do investimento da Prefeitura, a sociedade também foi chamada a participar das ações de prevenção das situações que ocorrem no período chuvoso. “Aproveito para fazer um apelo à comunidade para colaborar com a prevenção, como não jogar lixo em encostas e, também, fazer um alerta e atenção para que as pessoas que vivem em áreas de risco não deixem de procurar a Codesal. Será avaliado o risco de cada imóvel, a Prefeitura vai dar todo o suporte com Aluguel Social e remoção das famílias, pois não queremos ninguém em situação de risco. Esta é uma tarefa que não é apenas do poder público, mas também de toda a sociedade”, completou ACM Neto.
De acordo com a Codesal, a previsão climática para o trimestre março/abril/maio de 2019 indica que as chuvas esperadas para a cidade do Salvador deverão ficar em torno da média histórica (913,3 mm). As chuvas poderão ser concentradas em poucos dias e espalhadas pela cidade. As situações de risco devem ser comunicadas pela população através do número telefônico 199.
Novidades – Dentre as novidades da Operação Chuva 2019 está a intensificação do uso da tecnologia. Mais três novos pluviômetros – em Sete de Abril, Castelo Branco e São Caetano – serão somados aos oito equipamentos do tipo já existentes na cidade, com investimento de R$464 mil. Além disso, serão instaladas mais duas estações de meteorológicas de monitoramento do clima, no Cabula e em Monte Serrat, com investimento de R$176 mil. Outra ação será feita nas estações hidrológicas, com ampliação do monitoramento do volume de água através da instalação de duas estações no Rio Camarajipe. O investimento, neste caso, é de R$95 mil.
Preparação – Com coordenação geral da Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Resiliência e Inovação (Secis) e coordenação executiva da Codesal, a Operação Chuva 2019 envolve diversos órgãos municipais e entidades parceiras, dentro do Sistema Municipal de Defesa Civil (SMDC). Apenas na esfera municipal, integram diretamente as ações a Seinfra, as secretarias municipais de Manutenção da Cidade (Seman),
de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps), e de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), além da Guarda Civil Municipal (GCM), Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Desal), Diretoria Geral das Prefeituras-Bairro (PB) e Ouvidoria Geral do Município (OGM).
Assim como nas edições anteriores, foi dividida em duas etapas. Uma delas é a preparatória, que corresponde à intensificação das ações preventivas. A outra etapa, de alerta, prevê a adoção de ações de monitoramento e resposta a situações de risco ou desastre durante o período de vigência da operação.
Dentre as iniciativas já realizadas na etapa preparatória estão a contenção e proteção de 218 áreas de risco desde 2014. Do total, 58 contenções de encostas já foram concluídas, com investimento de, aproximadamente, R$69 milhões. Outras oito contenções estão em execução ou terão as obras iniciadas, com investimento de quase R$31 milhões.
Quanto à proteção de encostas, foi autorizada a aplicação de mais 40 mil m² de geomanta em diversas áreas de risco. Desde 2016, quando a tecnologia foi implantada na cidade, já foram aplicadas quase 92 mil m² de geomantas em 152 encostas, com 41.357 pessoas beneficiadas e investimento municipal de R$14 milhões. Outra iniciativa, a de aplicação de lonas, já envolveu o uso de cerca de 13 mil m² de material para proteger 108 áreas de risco, apenas durante os três primeiros meses deste ano.
Também foi intensificada a manutenção preventiva da rede de micro e macrodrenagem, com dragagem de 20 canais (6,67km), limpeza de 1.900 caixas coletoras e desobstrução de 27.135m de galerias de drenagem. Foram realizadas 6.557 podas e 107 supressões de vegetais em diversas áreas. As encostas receberam aplicação de 33 mil m² de grama. Foi feito também o mapeamento de 88 áreas com identificação dos riscos de deslizamento e/ou alagamento.
As ações de envolvimento com a comunidade resultaram na formação de 36 Nupdecs, com capacitação de 1.982 pessoas moradoras de áreas de risco. Além disso, foi realizado o Projeto Defesa Civil nas Escolas em 38 unidades da rede municipal, abrangendo 2.476 alunos. Os simulados de evacuação ocorreram em 14 em áreas de risco, com acionamento do Sistema de Alerta e Alarme, além das escolas municipais Novo Horizonte (Novo Horizonte), Olga Figueiredo (Cosme de Farias), Francisca de Sande (Coutos) e Antônio Carlos Magalhães (São Caetano).
Alerta – Já a etapa de alerta engloba a intensificação das ações do Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil (Cemadec), assim como a realização de vistorias técnicas. Também traz a produção e gerenciamento de alertas, por meio de SMS, com informes de possíveis ameaças de desastres em áreas de risco; a execução dos protocolos estabelecidos no Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC), para acompanhamento e avaliação do quadro evolutivo dos fenômenos climáticos que oferecem risco à população; e até mesmo plantio de 1.435 mudas de árvores, de 16 espécies, em 55 pontos da cidade.
Operação Chuva 2018 – Em 2018, a Operação Chuva teve 6.581 vistorias realizadas, 3.098 famílias cadastradas e 191.058 m² de lonas distribuídas, com 1.558 famílias beneficiadas. Em comparação com o ano de 2017, os meses com maior volume de chuvas foram abril e maio – mesmo assim, o índice foi abaixo da média climatológica da cidade.