Karina dos Santos, de 12 anos, passa longe do Centro Histórico de Salvador. Estudante do 9º ano da Escola Municipal Luiza Mahim, em Armação, nunca havia entrado em um museu para conhecer a história. Descobriu a sensação na tarde desta terça-feira (11). Acompanhada de colegas e educadores, visitou o Museu Nacional da Cultura Afro Brasileira (Muncab), no Centro.
A visita ao museu, que oferece o acesso às obras de artistas como Mestre Didi, Juarez Paraíso, José Maria, entre outros, foi dada aos alunos como um prêmio por terem apresentado um trabalho multidisciplinar considerado o melhor entre as turmas. "É difícil conseguirmos trazer os alunos para uma aula externa. Quando tem, eles ficam super ansiosos. Com isso, eles concretizam o que é trabalhado em sala de aula", explicou a vice-diretora da escola, Renata Cruz.
Para a museóloga do espaço, Gleicer Pereira, essas visitas de crianças e jovens ao Muncab fortalece a representatividade negra entre eles. "É importante para que eles possam se enxergar na cultura afro. Muitos que vêm de escola pública não se aceitam como negros. É um modo de mostrar que há produção sobre o tema, que é tão bela como qualquer outra mais elitizada", acredita.
1Karina, que nunca havia entrado em um museu, sai dessa experiência com mais conhecimento e menos preconceitos. "Achei as obras de arte lindas. Também é bom visitar esses lugares para quebrar preconceitos sobre essas coisas, parar de achar que é tudo coisa ruim", concluiu.