Salvador

Ex-membro da máfia italiana é preso na Bahia durante operação da PF

O paulista Lelio Paolo Gigante, 84, tinha vida simples em Salvador e fingia viver da cobrança de alugueis de imóveis que tem na região da Ladeira dos Aflitos, onde foi preso nesta terça-feira (4) pela Polícia Federal.
Da Redação , Salvador | 05/12/2018 às 08:08
Ilustração da PF
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Um ex-integrante da máfia siciliana, a Cosa Nostra, foi um dos presos na operação Sicília, deflagrada nesta terça-feira, 4, pela Polícia Federal (PF), contra o tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. A ação foi realizada em Salvador, Lauro de Freitas, Itaparica e Jequié.

A Polícia Federal deflagrou na terça-feira (4/12) a Operação Sicília, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de drogas, com atuação principalmente na região metropolitana de Salvador. Cerca de 60 policiais federais cumprem 17 mandados de prisão temporária e nove mandados de busca e apreensão, nas cidades de Lauro de Freitas, Itaparica e Jequié, além da própria capital baiana.

 As ordens judiciais foram expedidas pela Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa da Comarca de Salvador,

A investigação teve início em 2016 e identificou uma organização criminosa integrada por traficantes, sobretudo de origem estrangeira, que atuavam em Salvador com o intuito de enviar drogas com um alto grau de pureza para o exterior. Quase todos os investigados já possuem antecedentes criminais por tráfico de drogas e muitos deles continuaram atuando ilicitamente mesmo estando presos ou cumprindo medidas judiciais alternativas.

Um dos principais investigados presos nesta manhã é um brasileiro criado na Itália, ex-integrante da Cosa Nostra, a máfia siciliana, originária do sul daquele país, e parceiro de Tommaso Buscetta, um dos seus mais conhecidos membros. Daí o nome da operação, Sicília. No Brasil, para onde retornou e fixou residência há muitos anos, ele era o responsável por receber e testar as amostras dos entorpecentes que seriam enviados para a Europa, para certificar o grau de pureza e, se aprovados, autorizar a remessa. Seus principais fornecedores eram membros de uma facção criminosa paulista. 

Conforme apurado, ele amealhou patrimônio superior a 5 milhões de reais, que, suspeita-se, seja decorrente de suas atividades ilícitas, especialmente o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro.

Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa (art. 2º da Lei 12.850/2013), associação para o tráfico (art. 35 da Lei 11.343) e lavagem de dinheiro (art. 1º da Lei 9.613/1998).