Transformar a arte de ler em uma brincadeira. Esse é o objetivo de um trabalho desenvolvido pela Escola Municipal União Caridade e Abrigo, situada na Boca do Rio. Através do Projeto Lecto Escrita - habilidade adquirida de poder ler e escrever, foram criados mecanismos para ensinar alunos que têm dificuldades com a leitura e com a escrita.
A professora de língua inglesa Sheila Karine Onofre relata a didática utilizada nas atividades e como esse método tem trazido vários resultados positivos para as crianças. “Esse projeto foi pensado para que pudéssemos desenvolver as atividades através de brincadeiras lúdicas. A didática é feita toda em cima de um texto, por exemplo, as regras do jogo do tabuleiro. Eu leio com eles para que entendam e, em cima dessas regras, construímos uma aula onde eles terão que revisar as palavras que já vinham sendo trabalhadas no semestre através desse jogo", explica.
Sheila afirma que a proposta era fazer algo diferente do tradicional em sala de aula. A estratégia, então, foi montada dessa maneira: são coletadas informações de outros professores sobre a rotina da classe e Sheila adapta as situações com jogos, bingos, trilhas, caça-palavras e jogos da memória – sempre atrelando o que é trabalhado em sala com as brincadeiras. Hoje, são 14 alunos no turno vespertino que estão com dificuldades de aprendizagem: cinco deles do segundo ano e oito do terceiro.
Evolução – A professora ainda ressalta com empolgação a evolução desses estudantes. “O projeto vem sendo trabalhado desde o ano passado e temos percebido que eles têm avançado de forma proveitosa. Temos um aluno, por exemplo, que no início do ano não reconhecia as letras e utilizava como forma de escrita as bolinhas. Hoje ele está soletrando, descobrindo o mundo através da leitura dentro da sala de aula. Isso não tem preço!”, conta.
O projeto Lecto Escrita também trabalha com a formação de valores. Através dele, é desenvolvido o hábito da escrita e da leitura nos alunos. “Acreditamos que o brincar torna a aprendizagem mais saborosa e mais significativa”, defende Sheila.
“As crianças se desenvolveram de tal forma que há alunos que vinham participando dessas aulas e, hoje, já estão totalmente alfabetizados. Isso nos fortalece muito para continuar e disseminar esse diferencial”, afirma a diretora da escola, Carmem Oliveira.