A comunidade escolar do Colégio Estadual Mestre Paulo do Anjos, localizado no bairro da Paz, em Salvador, recebeu, nesta sexta-feira (31), a visita de uma delegação da África composta por autoridades dos países como Senegal e Serra da Leoa, que vieram ao Brasil para saber como funciona o programa de alimentação escolar. Na oportunidade, eles conheceram práticas exitosas de educação ambiental desenvolvidas no colégio, a exemplo do cultivo de orgânicos, dialogaram com estudantes e professores sobre alimentação escolar e, também, provaram o cardápio do dia, uma pizza feita com reaproveitamento de pães e tomates cereja colhidos na horta escola.

O encontro foi organizado pelo Centro de Excelência do Programa Mundial de Alimentos (PMA), da Organização das Nações Unidas (ONU). Além dos estudantes, a delegação foi recepcionada pelo subsecretário da Educação do Estado da Bahia, Nildon Pitombo, que falou sobre a relação entre o Brasil e os países africanos. “A troca de experiência já está acontecendo há algum tempo com a questão da alimentação escolar e da saúde alimentar e, isso, é mais um passo que a gente dá desse reconhecimento, sobretudo, quanto à importância da África nessa relação de parceria para expandir e divulgar esse programa brasileiro de alimentação escolar que é o único do mundo”, ressaltou.

O vice-ministro da Agricultura e Recursos Florestais de Serra Leoa, Samking Koihinah Braima, falou da experiência vivenciada com os estudantes e professores da escola. “A intenção dessa visita foi conhecer de perto o programa de alimentação escolar do Brasil. Também visitamos outras escolas e, em cada uma delas, tivemos a oportunidade de aprender. Pelo contato que tive com os alunos e professores, percebi que eles são muito envolvidos, pois gostam de passar suas experiências e lá no nosso país estamos focados em implementar ações como estas desenvolvidas aqui”, frisou.

Já a vice-ministra de Educação Básica e Secundária de Serra Leoa, Emily Kadiatu Gogra, disse que ficou impressionada com as ações ambientais desenvolvidas na escola pelos estudantes. “É muito importante que as crianças e jovens se interessem pela produção de alimentos saudáveis e tenham essa consciência. Achei muito interessante a experiência dos estudantes com o foco na sustentabilidade, pois eles reaproveitam garrafas pet que seriam descartadas no lixo para decorar e separar as leiras das hortas. Gostei tanto que vamos implementar esta inciativa em nossas escolas”, destacou a ministra, ao colher e provar hortaliças produzidas no local.

A estudante Gabrielle da Silva, 17, 2° ano, não escondeu a satisfação de dialogar sobre alimentação saudável com a ministra Emily Kadiatu Gogra. “Eu achei muito legal saber que estamos servindo de inspiração e modelo para eles desenvolverem em seus países ações como as nossas para melhorar a alimentação escolar. Mostramos nossa horta para ela e foi muito bom porque eles provaram os alimentos e, também, a nossa merenda”. Seu colega de sala, Railan Santana, 17, acrescentou que “através deste contato com eles, que possuem uma cultura diferente da nossa, pudemos perceber o quanto eles lutam por esta causa, de poder oferecer aos estudantes de seus países uma alimentação adequada”, revelou o estudante, que ensinou os ministros a plantar hortaliças juntamente com os colegas.