Patrimônio brasileiro que ganhou o mundo, a capoeira é celebrada na 7ª edição do Festival Internacional de Capoeiragem, que acontece em Salvador até sábado (27). O evento reúne mestres renomados, capoeiristas de mais de 20 países, crianças de projetos sociais e estudantes, no Forte da Capoeira, no Largo do Santo Antônio Além do Carmo. O Festival também oferece um Tour Capoeirístico no Centro Histórico de Salvador, cenário de fatos relevantes da história da capoeira e do Brasil nos séculos XIX, XX e XXI.
Durante o festival, educadores, pesquisadores e adeptos da capoeira participarão de oficinas, vivências, palestras e apresentações para aperfeiçoarem seus conhecimentos e trocarem experiências. "Esse ano temos uma programação bem diversificada para possibilitar essas interações. Temos oficinas de capoeira Regional, Angola e Contemporânea, de berimbau, de afoxé e maculelê. Nosso festival chega à sétima edição mostrando a força da capoeira, que ajuda a divulgar nossa cultura pelo mundo afora, com a música, as tradições e a língua portuguesa", afirmou o mestre Balão, coordenador do projeto.
Capoeiristas de diversas nacionalidades aproveitam a oportunidade única de mergulhar na essência de onde tudo o começou. Caso da argentina Pilar Tica, que quer usar o festival para aprender o máximo possível. "A Bahia é o berço da capoeira e, para qualquer praticante da arte, é um lugar sagrado. Esse festival nos dá a chance de ver de perto mestres tão importantes com um conhecimento muito grande. É lindo estar aqui e quero aproveitar o máximo possível".
O Festival é uma realização do Instituto CTE Capoeiragem, em parceria com a Polo Cultural, e conta com patrocínio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura (Secult), da Fundação Cultura do Estado (Funceb) e da da Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás). "A capoeira é um estandarte da cultura baiana, carrega a nossa mensagem de luta e resistência, leva o nome de nossos mestres e batalha do povo negro para outros países. Esse representa o fortalecimento de nosso Estado", afirmou a titular da Secult, Arany Santana.
Programação
Durante o festival também serão oferecidas atividades para crianças, espaço copoeiragem mirim, onde os pequenos de 3 a 11 anos vão poder dar os primeiros passos na capoeira. "É uma forma de estimular que mais jovens possam. Nós entendemos que trazer os garotos desde cedo para a prática da capoeira, é uma forma de difundir e consolidar a cultura para as novas gerações, ajudando a preservar essa parte tão importante da cultura da Bahia", afirmou o presidente Bahiagás, que patrocina o espaço.
Na sexta-feira (26), uma roda de conversa vai falar da mulher na capoeira, desafios e perspectivas. A mestra Patrícia, do grupo Urucungo Capoeira, vai apresentar um relato de suas experiências na jornada de muitos anos de capoeira. Como explica, Daniele Canedo, capoeirista baiana que será monitora do debate. "Vamos compartilhar experiências de mulheres que superaram os desafios sociais, físicos e econômicos , enquanto tomam conta de suas responsabilidades cotidianas e conseguiram se estabelecer no universo da capoeira".
A programação completa pode ser conferida na página do evento.