Fiéis poderão amarrar fitinhas do Senhor do Bonfim ao andor que será conduzido por fiéis, da Igreja da Conceição da Praia à Colina Sagrada, durante a Lavagem de Corpo e Alma
CA , Salvador |
01/12/2017 às 17:39
Festa religiosa e folclórica de Salvador
Foto: Fernando Vivas
A Novena da Festa do Senhor do Bonfim terá início no dia 04 de janeiro e se estenderá até o dia 13, sempre às 19h. Dia 14, domingo será o dia maior da festa, com missa solene, às 10 horas, presidida pelo arcebispo primaz do Brasil, D. Murilo Krieger.
A festa de 2018 terá como tema: “Origem, identidade e missão do amado Jesus, Senhor do Bonfim” e o lema “Quem dizes os homens ser o Filho do Homem (Mt 16,13)”, que serão desdobrados em subtemas para cada noite da novena. As novidades foram apresentadas em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, na sede do projeto Bom Samaritano, no Bonfim.
No dia 11 (quinta-feira), acontece a tradicional Lavagem do adro da Basílica Santuário Senhor do Bonfim e neste dia será realizada a Caminhada Lavagem de Corpo e Alma, que sairá às 9 horas da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia. Nesta oportunidade, os fiéis conduzirão o andor até a Colina Sagrada.
Nos dias 6 e 7/01 e 12 e 13/01, após a novena, serão realizados cortejos culturais, com a participação de folguedos, Ternos de Reis e outros grupos na Praça do Bonfim.
A partir do dia 29/12 (última sexta-feira de 2017), os fiéis que desejarem fazer seus pedidos, poderão amarrar fitinhas do Senhor do Bonfim ao andor que estará exposto na própria igreja.
O andor será levado à Igreja da Conceição da Praia e lá entregue aos fiéis, como tem sido feito há cinco anos, desde que foi iniciada a Caminhada Lavagem de Corpo e Alma, tendo à frente o reitor da Basílica Santuário do Nosso Senhor do Bonfim, Pe. Edson Menezes Silva e membros da Devoção do Senhor Bom Jesus do Bonfim.
Padre Edson Menezes Silva destaca que a Lavagem de Corpo e Alma tem três dimensões: espiritual, integrativa - promovendo o encontro e o diálogo entre pessoas, religiões, nacionalidades, culturas - e social-caritativo, já que os participantes podem adiquirir camisetas e o kit que contém também um boné e uma garrafa com água para ser abençoada na chegada à Colina Sagrada. A renda será revertida em prol das ações desenvolvidas pelo Projeto Bom Samaritano. “Nosso objetivo é banhar a Cidade de Salvador de solidariedade e paz”, diz o padre.
Segundo o padre, as fitinhas do Senhor do Bonfim expressam uma das práticas da piedade e religiosidade popular do povo. As mesmas serão queimadas em solenidade posterior à festa, com oração de êxito.
Parada Obrigatória
Também como forma de arrecadar recursos para o Projeto Bom Samaritano, no dia da Lavagem será mantido o Espaço Parada Obrigatória, no Centro Comunitário Senhor do Bonfim (Alto da Colina Sagrada), funcionando das 8h30 às 18h. No local funcionará uma praça de alimentação com food trucks, serviço de bebidas, sanitários, segurança e música, em um ambiente confortável e acolhedor, com vista privilegiada para a Basílica Santuário e para a ladeira do Bonfim. No cardápio, destaque para os sanduíches e a tradicional feijoada da Chefa Leka.
História
A primeira Festa da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim data de 1754, quando a imagem do Nosso Senhor do Bonfim foi conduzida da Igreja da Penha (Ribeira), à Colina Sagrada.
Tradição mantida há mais de dois séculos, a Lavagem do Bonfim é marcada pela forte presença do sincretismo religioso entre o catolicismo e o candomblé. Devotos do Senhor Bom Jesus do Bonfim e Oxalá se reúnem para festejar, prestar homenagens e pagar promessas no cortejo em direção à Colina Sagrada. Além do contexto religioso, a Lavagem do Bonfim também é caracterizada pela grande festa que acompanha e circunda o trajeto de fé.
Segundo relatos históricos, a lavagem começou em 1773, quando os integrantes da "irmandade dos devotos leigos" obrigaram os escravos a lavarem a Igreja como parte dos preparativos para a festa do Senhor do Bonfim.
A “lavagem” do templo religioso acontecia três dias antes da festa, numa quinta-feira. A chegada até à Colina Sagrada era marcada por muita dança durante o cortejo, o que provocou a proibição da lavagem da igreja, em 1889, pelo arcebispo da Bahia Dom Luís Antônio dos Santos.