O projeto Mais Grafite, da Secretaria da Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) chegou ao Colégio Estadual Polivalente, no Nordeste de Amaralina, nesta sexta-feira (15), com palestras e oficinas práticas sobre a arte de rua. A identidade entre a obra e a criadora, a mensagem de paz, os heróis da Revolta de Búzios, a militância LGBT foram expressos em cores e formas no muro do colégio.
Para a estudante Vitória Ponciano, 18 anos, do terceiro ano, a palestra ajudou bastante. “A gente aprendeu o que é o grafite. É uma expressão do que a gente traz dentro da gente e queremos falar com o mundo. É algo crítico mas bom, que queremos mostrar para a sociedade”. A diretora do colégio, Maria Conceição Ferreira, afirma que a iniciativa ganhou professores e alunos. “Era para a participação de apenas alguns alunos, mas todos quiseram, e os professores também. Houve palestras, os instrutores falaram sobre a revolta dos Búzios, então houve um link entre o grafite e o conteúdo com o que é estudado no colégio”.
Para o grafiteiro Iale Almeida, conhecido como Questão, um dos instrutores, a arte de rua é capaz de promover mudanças na sociedade. “Quem trabalha com o viés de rua, acha que o mais importante é essa troca de informação, pois não se consegue mudar nada a não ser pela cultura. O Estado foi muito feliz em fazer essa parceria com os artistas de rua. A arte de rua já está em Salvador há mais de 20 anos, e no interior da Bahia também. O Estado entra como parceiro e suporte reforçando essas ações. Este primeiro contato para esses jovens é importante para compreender que existem outras coisas, além do que é posto pela sociedade”.
Coordenador de Políticas para a Juventude da SJDHDS e coordenador do Mais Grafite, Jabes Soares, informa que até novembro, mais nove escolas vão receber o projeto. “Estamos satisfeitos com a repercussão tanto para a sociedade como para os estudantes. A gente entende que este é um caminho interessante para ressignificar a escola pública e transfomar este em um espaço mais confortável para os estudantes. Nada mais adequado do que usar uma arte que dialoga com a juventude baiana. Existe inclusive a possibilidade dos jovens despertarem e se dedicarem mais, gerando renda a partir disso aí”.