Atualmente cerca de 200 servidores trabalham no local
Sindsaude BA , Salvador |
27/07/2017 às 18:19
O antigo prédio da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado, onde funciona atualmente o anexo da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), no Centro Administrativo, “corre risco de desabamento com risco a integridade física dos seus funcionários e transeuntes”, segundo laudo emitido pela Defesa Civil de Salvador. O imóvel sofreu danos estruturais graves após incêndio ocorrido em 2014, mas, até então, o Governo do Estado não realizou nenhuma intervenção corretiva na estrutura externa onde trabalham cerca de 200 trabalhadores, entre servidores e terceirizados.
Diretores do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado (Sindsaúde-Ba) e uma comissão de servidores irão ao gabinete do secretário da Saúde Fábio Vilas-Boas, nesta sexta-feira, 28 de julho, às 9h30, para cobrar a adoção de medidas urgentes de segurança e pedir que a Secretaria atenda a solicitação da Defesa Civil para desocupação imediata do prédio.
O laudo da Defesa Civil, emitido em 25 de julho de 2017, foi solicitado em caráter de urgência pelo Sindsaúde, após demora do governo em se pronunciar sobre as condições de segurança e salubridade do prédio, mesmo diante de diversas solicitações do sindicato, através ofícios encaminhados para Sesab e outras secretarias do Estado. O documento reforça o parecer de outro laudo já emitido pela Defesa Civil no ano do incêndio, em 2014.
O Sindsaúde também encaminhou ofícios para órgãos competentes como o Corpo de Bombeiros, Ministério Público do Trabalho, Ministério Público do Estado, Superintendência Regional do Trabalho, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), Comissão de Saúde da Ordem doa Advogados do Brasil, Conselho Estadual de Saúde, dentre outros. Em todos os documentos, o Sindsaúde, deixou clara a apreensão dos servidores, que temem pelas suas vidas.
Mesmo sabendo dos riscos, em uma atitude clara de descaso e irresponsabilidade, o secretário de Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, transferiu parte do efetivo de servidores para o local, visando apenas economia de recursos, não se preocupando, entretanto, com a segurança e a vida dos trabalhadores. Os andares começaram a ser ocupados em 2015 e atualmente funcionam os setores da Superintendência de Assistência Farmacêutica e Tecnologia em Saúde, Auditoria em Saúde, Diretoria de Regulação em Saúde e a Base Regional de Saúde de Salvador (antiga 1ª Dires). Além do risco de desabamento, os trabalhadores estão sofrendo com problemas respiratórios por causa da fuligem do incêndio que ainda são visíveis nas paredes, janelas e no teto do imóvel.
Obras internas não garantem segurança
A Defesa Civil constatou que foram realizadas algumas obras de reformas internas no imóvel, o que não garante a segurança do local. Segundo o laudo, o incêndio ocasionou graves danos à estrutura do prédio que está totalmente escorado por vigas, pois foi “verificada desagregação de concreto e ferragens expostas em estruturas que compõe o pavimento onde ocorreu o incêndio”.