Salvador

Estufa cultiva mudas que darão vida a espaços públicos de Salvador

Resíduos de podas de árvore serão transformados em adubo para plantio de novas mudas em Salvador
Da Redação ,  Salvador | 22/07/2017 às 12:19
Estufa em bairro
Foto: Jefferson Peixoto
   

Para reduzir os custos da Prefeitura com a aquisição de mudas de árvores, a Secretaria Municipal de Manutenção (Seman) mantém um viveiro que já conta com mais de sete mil mudas em desenvolvimento. O espaço é mantido na sede da Diretoria de Operações da pasta, localizada na Sete Portas, e reproduz, prioritariamente, mudas de palmeiras, que serão incorporadas no paisagismo da cidade ao atingir o tamanho ideal. Entre os tipos de palmeiras cultivadas na estufa estão: palmeira imperial e veitchia. A ação é pioneira e teve início há pouco mais de dois meses.

O processo de cultivo das espécies tem início com a seleção das sementes, que são recolhidas de outras árvores adultas da cidade. Este trabalho é realizado por profissionais da Seman, que encaminham para o viveiro o material coletado. No local, elas passam pelo processo de germinação e vão recebendo cuidados específicos – que levam em consideração as especificidades de cada exemplar – para que se desenvolvam de forma sadia e atinjam bom porte, quando poderão ser relocadas para ruas, praças, canteiros e jardins da cidade. Tudo, até a muda atingir as condições necessárias para ser plantada nas vias públicas, durará pouco mais de um ano. Nesse período, ela deverá atingir cerca de um metro e meio de altura. Mais de 10 mil sementes já foram coletadas e armazenadas na estufa.

De acordo com o titular da Seman, Marcílio Bastos, os benefícios com a estufa vão desde a expansão das áreas verdes da cidade até a elevação da autoestima da população. “Temos uma preocupação em fazer políticas de conscientização e preservação do meio ambiente. Além disso, a estufa é um grande investimento para redução de custos com o plantio de vegetais. A ideia é que essas árvores possam beneficiar prioritariamente as áreas mais carentes de Salvador, que receberão exemplares como a palmeira imperial, que é uma espécie relativamente cara e encontrada em hotéis e locais nobres da cidade”, afirmou o secretário.

Para fortalecer as ações realizadas na estufa, a Seman agora dispõe de um equipamento de compostagem, que vai reaproveitar todo o material coletado nas podas de árvores efetuadas na cidade para transformar em adubo. A primeira máquina já foi adquirida pela secretaria e está passando por testes para que seja possível criar e estabelecer o protocolo de compostagem que será utilizado nas ruas. Também será definida a adaptação do equipamento aos caminhões de coleta, dando velocidade ao processo. Além de abastecer a estufa, o adubo produzido neste processo será utilizado no plantio de novas mudas e gramados em todos os equipamentos públicos – praças, canteiros e áreas de lazer – construídos ou recuperados pela Prefeitura.
 
Através deste trabalho, a preservação das áreas verdes de Salvador e a melhoria da qualidade de vida da população são facilitadas, já que os custos para manutenção do viveiro são mínimos. “Como todo trabalho é realizado pela Seman, o custo é quase zero. É uma forma de desenvolver a cidade, deixá-la mais bonita e, consequentemente, com os cidadãos mais saudáveis”, afirmou o engenheiro agrônomo da pasta, Welisson Quadros. A aquisição de uma muda de palmeira imperial no mercado atualmente, portando 3 metros de altura, custa em torno de R$300. Neste caso, o cultivo de 10 mil mudas na estuda municipal com estes parâmetros economiza para os cofres da Prefeitura cerca de R$3 milhões.
 
Aplicativo – Posteriormente, a estufa vai receber alunos de escolas municipais de Salvador para visitação. Os estudantes poderão plantar mudas que serão georreferenciadas, e eles poderão rastrear esses vegetais através do aplicativo Preservar. Cada unidade plantada será identificada com o nome do aluno e um código para que ele possa acompanhar o desenvolvimento da árvore. Em execução desde o ano passado, o aplicativo tem sido um recurso para memória e registro dos vegetais plantados na cidade.