A venda do acarajé, como também do abará, se tornou uma atividade responsável pelo sustento de muitas famílias em Santo Antônio de Jesus.
Com o objetivo de valorizar esse ofício, a Prefeitura Municipal, através da Superintendência de Cultura, Esporte e Lazer, lançou na terça-feira (26), no Hotel Vila das Palmeiras, o Projeto Tabuleiro, que integra o Programa Afro-Cultural de valorização da Cultura Afrodescendente e da Cultura Popular.
Voltado para as baianas e baianos de acarajé do município, o projeto busca a certificação, registro e capacitação desses profissionais, promovendo também uma educação sanitária. Serão 3 ciclos de capacitação, que terá como parceiros a secretaria de saúde, através da Vigilância Sanitária e CEREST, além do Corpo de Bombeiros e SEBRAE.
Até o momento foram cadastradas 72 pessoas. A estimativa, segundo a coordenadora do projeto, Letícia Almeida, é que esse número chegue a 90.
O projeto prevê também a entrega de KITS com tabuleiro e sombreiro, padronizando os pontos de venda de acarajé, como também seus vendedores que deverão apresentar o SELO de identificação sempre à mostra no tabuleiro.
Durante o lançamento, que contou com a presença de autoridades, representantes da cultura popular, Vigilância Sanitária e imprensa, o Prefeito Euvaldo Rosa revelou que o projeto é exclusivamente municipal. "Esse projeto pode até não ter muito recurso, pois é exclusivamente municipal, mas tem muita força e muito amor", destacou.
O Superintendente Hernane Mercês também não escondia a alegria com a concretização de mais um trabalho. "Apesar da equipe ser dividida em coordenações, esse projeto é de todos. Foi uma construção conjunta", ressaltou ele, frisando o foco da ação. "Queremos que as baianas quituteiras melhorem a qualidade de seus produtos, obtendo maior confiança dos consumidores, o que vai facilitar e ampliar a comercialização".
Para a baiana Viviane Martins, de 20 anos, que aprendeu o ofício com a mãe, essa iniciativa vem contribuir muito para o melhoramento do trabalho. "Agora nossa profissão vai ser mais valorizada", disse ela.
A colega Tâmara Santos, que vende acarajé há 8 anos, também confessou estar empolgada o projeto. "Vai melhorar muito pra gente. Acho que as pessoas vão passar a nos ver com outros olhos porque agora nós seremos capacitadas, vamos nos profissionalizar de verdade, além de estarmos com todo material padronizado", disse.