Salvador

LEI ORÇAMENTÁRIA DE SALVADOR SERÁ DEBATIDA EM ÁGUAS CLARAS, QUINTA

Vide
| 16/11/2009 às 19:00
Povo de santo debateu regulamentação de terreiros com a Câmara
Foto: A TARDE

A Câmara Municipal promove na próxima quinta-feira (19), através da Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização, nova audiência pública para discutir a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2010. O encontro acontece às 19h, na Igreja Católica de Santa Clara, em Águas Claras e tem como foco as regiões de Cajazeiras, Valéria e Ipitanga.


A audiência segue o cronograma de debates sobre a LOA, que teve o seu segundo encontro no último sábado (14), no Clube Periperi. Presidente da Comissão, o vereador Sandoval Guimarães (PMDB) considerou a reunião produtiva. "A comunidade voltou a cobrar maior divulgação das audiências, inclusive com faixas e carros de som, além de obras para o subúrbio", afirmou.             


A audiência reuniu as comunidades dos Sistemas Integrados de Atendimento Regional (Sigas) do Subúrbio e Ilhas e contou com a presença de representantes de associações diversas. Na oportunidade, os participantes receberam a cartilha "Entendendo a LOA", adaptada pela Comissão, assim como formulários para sugestões e críticas. Lideranças comunitárias cobraram da prefeitura ações na área da saúde, principalmente no combate ao surto de meningite, além de obras viárias e de infraestrutura.


 TERREIROS

 Os terreiros de Candomblé e de demais religiões de matriz africana necessitam primeiro de regularização. A partir daí, é possível se pensar em uma infraestrutura digna e em projetos que viabilizem o desenvolvimento. A declaração, do vereador Jorge Jambeiro (PSDB), apontou a principal barreira a ser vencida pelo povo de santo dos bairros de Águas Claras e Cajazeiras. O assunto foi discutido no 1° Fórum O Povo de Santo e Turismo Étnico de Águas Claras e Cajazeiras, realizado nos dias 13 e 14, no Colégio Estadual Renan Baleeiro, em Águas Claras.


Representantes de religiões de raiz africana, em seus discursos, revelaram a necessidade da regularização, as dificuldades que enfrentam em regularizar a situação dos templos e desenvolver projetos. Uma das soluções apontadas foi a organização das instituições religiosas em associações, como afirmou a mãe de santo Iara de Oxum, durante a mesa redonda "Políticas Públicas voltadas para o desenvolvimento do Turismo Étnico em Águas Claras e Cajazeiras", ponto auge da programação no primeiro dia do encontro.


Apresentações culturais do Grupo Zambiapunga e da Companhia de Dança Casa de Mãe Iraci abriram o evento, considerado o primeiro passo para a criação de um espaço de reivindicações e luta pelos direitos do povo de santo da região, conforme ressaltou Aydê Costa, vice-presidente do fórum. Cerca de 200 pessoas participaram do encontro.

"Ninguém vem à Bahia para ir ao shopping, vem para conhecer a religião, a culinária, a música, entre outros aspectos da cultura negra. Não podemos mudar esse país se não aproveitarmos o que temos de melhor", acrescentou o vereador Jorge Jambeiro, um dos idealizadores do evento, apoiado pela Câmara de Vereadores de Salvador e prefeitura.