O acusado fugiu da cena do crime e, sem um arranhão, apresentou-se à polícia quatro dias depois, acompanhado por advogado e alegando legítima defesa. A delegada Maria do Socorro revelou que a tese era inconsistente e que o acusado caiu em muitas contradições.
De acordo com as testemunhas ouvidas pela delegada, os irmãos Ribeiro, que eram muito unidos e morreram praticamente um ao lado do outro no dia em que se comemorava a festa dos santos gêmeos Cosme e Damião, foram atraídos a uma emboscada por "Jaú".
O motivo do crime teria sido uma rixa. Há um ano, animais da fazenda da família Ribeiro invadiram a fazenda vizinha, de "Jaú", destruindo parte da plantação. Marcos Vinícius, que administrava a propriedade da família, tentou resolver a questão pacificamente, indenizando o prejuízo doando uma novilha. "Jaú", que havia registrado queixa na delegacia de Jaguaquara, aceitou a indenização, mas vivia se queixando.
No dia do crime, ao retornar de uma viagem, Marcos Vinícius recebeu ligação de "Jaú", segundo depoimento de uma testemunha, dizendo que a cerca estava quebrada de novo e que o gado invadira novamente sua fazenda. Não havia nenhuma cerca quebrada e, no começo da noite, os irmãos Ribeiro foram à casa de "Jaú" para esclarecer os fatos.
Marcos entrou na casa do vizinho queixoso, enquanto Expedito e um vaqueiro ficaram esperando dentro do carro, a poucos metros da residência. Momentos depois, ao perceberem barulho de briga na casa, Expedito correu para o local, e ao entrar na casa foi atingido por golpes de machado na testa, morrendo no local. Gravemente ferido, Marcos ao se deparar com o irmão desfalecido, correu para tentar sair da casa e pedir ajuda, mas foi atingido por golpes de machado nas costas, cabeça e nuca, sem nenhuma chance de defesa.
"Nós queremos justiça, e vamos lutar para que este crime bárbaro não fique impune", disse a advogada Pollyana Carrilho.