Diante da "Operação Padrão" da PM, com pequena adesão, nesta segunda-feira (10), o clima de tranqüilidade está sendo mantido na capital, com patrulhamento e policiais nas ruas de Salvador e dos municípios do interior do estado. A expectativa para esta noite é que os trabalhos transcorram dentro da normalidade, atendendo ao planejamento realizado pelo comando da Polícia Militar.
Durante o dia, os problemas identificados com mobilização de viaturas foram superados, o que reforça a pouca adesão ao movimento."O que se nota é que a disposição para dar continuidade ao diálogo, externada pelo governador Jaques Wagner e pelo comandante-geral Nilton Mascarenhas, foi bem recepcionada pela tropa" ressalta o diretor-adjunto de Comunicação Social da PM, tenente coronel Hélio Gondim.
A tentativa de alguns representantes de associações em espalhar o medo junto à população baiana é repudiada pelo comando da Polícia Militar.
Alunos do curso de sargento e cadetes da PM saíram às ruas em substituição aos policiais que aderiram ao movimento da categoria, conforme previsto em plano de contingência definido na noite de domingo pelo comando da PM e pelo governador Jaques Wagner. Logo no início da manhã, antes de sair para realizar o policiamento ostensivo, um estudante da escola de Oficiais da Polícia Militar (PM) atirou acidentalmente na própria mão e na perna de um colega, nas dependências da Vila Policial Militar do Bonfim.
O aluno, que não teve o nome revelado, manuseava uma pistola ponto 40, quando a arma disparou. Os dois foram levados para o Hospital Agenor Paiva e não correm risco de morte. De acordo com a polícia, os alunos nunca tinham manuseado esse tipo de arma, que possui uma dispositivo de trava diferente.
O presidente da Associação de Praças e Soldados da PM, Marcos Prisco, disse que os policiais estão nos postos, mas que não vão para rua. De acordo com ele, só vai sair quem estiver com condições e equipamentos apropriados.
Negociação
O governador Jaques Wagner disse ainda, em entrevista à TV, que está aberto à negociação com os Policiais Militares. "Ofereço de um lado o diálogo aberto, mas cobro o respeito à ordem militar e à hierarquia".
"Com relação à estrutura salarial é um processo mais longo", disse, acrescentando que há possibilidade de aumentar a remuneração dos policiais, mas que isso "requer um tempo de negociação".
Força Nacional de Segurança
"Utilizaremos nossas próprias ferramentas e, somente se necessário, recorreremos à Força Nacional de Segurança", informou o assessor de comunicação do governo do Estado, Ernesto Marques. Segundo ele, já houve um contato entre o governador Jaques Wagner e o ministro de Justiça, Tasso Genro, que colocou à disposição um contingente ainda não definido. Marques ressaltou que houve ganhos para a corporação, mas admitiu que nem todas as exigências podem ser cumpridas por imposição dos limites orçamentários.
E garantiu que o governo não vai dialogar caso o movimento seja deflagrado. "Iniciado o movimento encerram-se as negociações", enfatizou. Interlocutor entre a União das Associações de Policiais e o governo, o deputado Capitão Tadeu (PSB), afirmou que haverá redução do policiamento. "A estimativa é que a operacionalidade da PM na prevenção e repressão seja reduzida em 50%", completou o parlamentar, que é capitão reformado da PM.