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A derrubada de terreiro em Salvador é fato lamentável
Foto: Foto: Arquivo
Adeptos de diferentes religiões participam de uma caminhada nesta quarta-feira, 21, em homenagem ao Dia Nacional Contra a Intolerância Religiosa. A caminhada sairá do Largo da Sereia, em Itapuã, à partir das 9h., em direção à Lagoa do Abaeté.
O evento lembrará o aniversário de morte da Mãe Gilda, Yalorixá do Terreiro Abassá de Ogum. A data virou um marco no Brasil, após a morte da ialorixá, vítima de atos de intolerância. Sua foto publicada em uma matéria de capa do jornal Folha Universal da Igreja Universal do Reino de Deus, que acusava o candomblé de charlatanismo.
Em seguida o terreiro foi invadido duas vezes por evangélicos. À partir da morte de Mãe Gilda, sua filha e herdeira religiosa, Jaciara Santos entrou com um processo judicial contra a Igreja Universal exigindo reparação pelos danos causados à sua família. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu ganho de causa. Foi a primeira vez no Brasil que uma instituição, foi condenada por intolerância religiosa.
Até então havia casos envolvendo pessoas físicas. No ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a lei, proposta pelo deputado federal Daniel Almeida, que instituiu a data como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A iniciativa do deputado Daniel, seguiu o exemplo da vereadora Olívia Santana, que garantiu a mesma homenagem no município de Salvador.
APOIO A CAMINHADA
O deputado Daniel participa da caminhada e apóia o movimento. "Queremos um país que valorize a liberdade e respeite o direito do cidadão, por isso criamos este dia", afirmou o parlamentar. Para Daniel, o objetivo do evento é combater o preconceito e estimular a tolerância e a harmonia entre pessoas com diferentes identidades religiosas.
Para a Caminhada contra a Intolerância Religiosa e pela Paz, será o ponto alto das comemorações, mas a data será marcada ainda pelo lançamento da Cartilha de Preservação Ambiental, da Fundação Pedro Calmon e da tradicional Feijoada de Ogun.
A expectativa dos organizadores é reunir milhares de pessoas em uma celebração ecumênica. Além dos sacerdotes das religiões de matrizes africanas, já estão confirmadas as presenças de lideranças espíritas, católicas, setores evangélicos, batistas, presbiterianos, messiânicos, praticantes da Seicho No Ie, entre outros.
O evento é uma promoção do Terreiro Abassá de Ogum e conta com o apoio do Coletivo de Entidades Negras (CEN), da Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro (FNACAB), da Associação de preservação do patrimônio Bantu (ACBANTU), da União de Negros pela Igualdade (UNEGRO), da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), e do Koinonia.