Salvador

TRAFICANTE "PERNA" É TRANSFERIDO PARA SP NO AVIÃO DO GOVERNO ESTADO

A Operação aconteceu nesta quinta-feira
| 05/06/2008 às 17:01
O "king-air" que serve às autoridades governamentais levou traficante p/ Catanduvas (F/Agecom)
Foto:
  O traficante Genilson Lino da Silva, o 'Perna', foi transferido nesta quinta-feira para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. A operação de segurança envolveu dezenas de policiais e até o avião king-air, que serve ao governador, foi utilizado para conduzir traficante até São Paulo.
 
  A vaga destinada ao preso foi solicitada pelo Ministério Público do Estado da Bahia e concedida pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) desde o último dia 29 de maio e a transferência dele foi autorizada ontem, dia 4, pelo juiz da Seção de Execução Penal de Catanduvas, Danilo Pereira Júnior, em face da "urgência" e "do interesse da segurança pública".

   O processo de transferência está a cargo do Depen, por intermédio de agentes da Polícia Federal, e da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP).


   A autorização da transferência foi concedida pelo Colegiado de Juízes Federais da Seção de Execução Penal de Catanduvas, em face da gravidade dos fatos identificados na investigação criminal do MP, e tem caráter excepcional, pelo prazo de 60 dias, período em que deverão ser providenciados os documentos para a admissão em definitivo do preso.

   De acordo com o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Crimonosas (Gaeco), promotor de Justiça Paulo Gomes, o MP protocolará ainda hoje um requerimento para que a Vara de Execuções Penais providencie em cartório os documentos necessários e os encaminhe para a Justiça Federal de Catanduvas.
 
   O MP solicitará, ainda, a manifestação da defesa de 'Perna' e da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Estado no prazo de cinco dias.


    Segundo Paulo Gomes, desde março de 2006, o Ministério Público vinha empreendendo investigações sobre as "regalias" concedidas a alguns dos presos do sistema prisional baiano, a partir das quais descobriu que fatos muito mais graves e uma organização criminosa existiam por trás daqueles benefícios.

   "Existe no sistema prisional uma empresa criminosa muito grande, formada por no mínimo 26 pessoas, que possui ramificações em outros estados, como São Paulo e Mato Grosso", explicou. O MP baiano está acompanhando as investigações do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio da SSP e deverá deflagrar ações penais contra os integrantes da organização criminosa.

 

  OPERAÇÃO

  A ação foi acompanhada por autoridades, como o delegado-chefe da Polícia Civil Joselito Bispo e pelo diretor do Departamento de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), delegado Hélio Jorge.