Deputado Sandro Régis diz que a violência na Bahia está sem controle e governador Jerônimo minimiza a situação
Tasso Franco , da redação em Salvador |
29/10/2025 às 18:16
Governador Jerônimo Rodrigues
Foto: SECOM
MIUDINHAS GLOBAIS:
1. O governador Jerônimo Rodrigues afirmou, em entrevista à TV Bahia, que o avanço do crime organizado é um problema de dimensão nacional, que ultrapassa fronteiras estaduais. O governador lamentou a morte de pessoas inocentes durante as recentes operações no Rio de Janeiro e destacou a necessidade de proteger a população de bem, especialmente trabalhadores e pessoas em situação de vulnerabilidade afetadas pelos conflitos.
2. Segundo Jerônimo, o governo baiano acompanha de perto os desdobramentos da Operação Contenção, que combate o Comando Vermelho no Rio de Janeiro e resultou na morte e prisão de baianos ligados à facção. O governador explicou que o secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, está monitorando a situação e avaliando possíveis impactos na Bahia, além de manter contato com autoridades fluminenses para troca de informações e apoio institucional.
3. O governador ressaltou que, embora o comando da operação seja responsabilidade do Rio de Janeiro, a Bahia mantém vigilância constante para evitar qualquer repercussão local. Ele afirmou que a Secretaria da Segurança Pública está preparada, com ações integradas entre as polícias civil e militar e com o uso de inteligência e tecnologia, para impedir a expansão de organizações criminosas no estado.
4. Jerônimo defendeu que o enfrentamento ao crime organizado não deve se basear exclusivamente na força bruta, mas em estratégias de inteligência, cooperação federativa e fortalecimento das forças estaduais. Para ele, é fundamental a união entre o governo federal e os estados na criação de políticas permanentes de segurança pública que inibam a atuação das facções.
5. O governador destacou ainda os resultados recentes das operações realizadas na Bahia, como a Operação Primus, que resultou na apreensão de drogas, armas e dinheiro. Segundo ele, as ações vêm sendo conduzidas de forma criteriosa para evitar abusos e garantir a eficácia do combate ao crime. “Para mim, bandido bom é bandido preso, entregue à Justiça e punido conforme a lei”, concluiu Jerônimo.
6. O número de traficantes baianos do Comando Vermelho (CV) que foram presos na megaoperação contra a facção nos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, subiu de três para 16, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
7. Entre os criminosos, destacam-se o suposto chefe da facção na cidade de Feira de Santana e um líder da facção do bairro do Portão, em Lauro de Freitas. Inclusive, a morte de um dos 17 alvos da Bahia em território fluminense expõe conexão do CV entre os estados. Clique na galeria abaixo para ver quem são os presos:
8. O deputado estadual Sandro Régis (União Brasil) contestou a declaração do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que ao comentar as operações policiais realizadas no Rio de Janeiro, disse que a situação da segurança pública na Bahia está “sob controle”. Para o parlamentar, o governador insiste em minimizar a gravidade do cenário de violência no estado, uma vez que realidade enfrentada pela população baiana desmente a fala do chefe do Executivo.
9. “Nós temos um estado que tem cinco das dez cidades mais violentas do Brasil, a Bahia é líder em número de homicídios e temos pelo menos 17 facções criminosas atuando no nosso estado. Você acha realmente que a violência está sob controle na Bahia?”, questionou Régis, em um vídeo publicado nesta quarta-feira (29), nas redes sociais.
10. O deputado afirmou ainda que o problema não está nas forças policiais, mas na condução da segurança pelo governo estadual. “Governador, não faça pouco caso da inteligência do povo baiano. O problema não é a Polícia Militar e nem a Polícia Civil, que fazem seu papel, o que nós temos que fazer é, em 2026, trocar o governador”, projetou Régis.
11. “Precisamos escolher um governador que assuma a segurança como prioridade. É hora de fazer a mudança que a Bahia precisa”, reiterou.
12. Para a vereadora de Salvador, há uma operação política e midiática em curso: “O que se vê é uma guerra que perdura 40 anos, sem sucesso. E agora, diante da derrota da extrema direita no país, está sendo explorada para lucrar politicamente com o medo”,disse_
13. A presidente da Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia da Câmara de Salvador, vereadora Marta Rodrigues (PT), classificou como chacina e repudiou, nesta quarta-feira (29), as quase 130 mortes no Rio de Janeiro ocorridas durante operações policiais no Complexo do Alemão e na Penha, ordenadas pelo governador Cláudio Castro.
14. Para ela, os episódios reforçam a urgência de o Congresso Nacional aprovar a PEC da Segurança Pública — proposta que cria uma estrutura moderna, integrada e nacionalmente coordenada, unindo força, inteligência e planejamento estratégico.
15. “Muitos não querem a PEC da Segurança porque sabem que muitos dos financiadores estão em residências de luxo e circulam no Congresso, e não nos morros, como querem fazer parecer. A proposta impede que a insegurança continue sendo usada como arma eleitoral", afirmou.
16. Para a parlamentar, o que se vê no estado fluminense é uma intensificação perversa de uma guerra urbana que existe há mais de 40 anos, agora transformada em espetáculo político por setores da extrema direita. “É uma estratégia que busca, falaciosamente, colocar em xeque a soberania nacional e fragilizar o governo federal diante de uma retórica do medo e da espetacularização da tragédia”, afirmou.
17. Segundo Marta, o discurso de combate à criminalidade de Castro é falacioso quando coloca em risco milhares de famílias inocentes. “Esse discurso serve para blindar a incompetência administrativa do Estado fluminense, desviando o foco das crises fiscal e social”, disse.
18. A vereadora ressalta que o governo do Rio está repetindo um modelo fracassado que não resolve o problema. “Essa operação de força bruta, travestida de ação heróica, serve a uma narrativa política perigosa: retomar o campo bolsonarista sob uma bandeira moral e bélica, disfarçada de ‘defesa do cidadão’, explorando o medo como instrumento de poder. A sensação de desordem é o terreno fértil da extrema direita, e o Rio de Janeiro é o laboratório, sob a falácia de combate ao tráfico”, afirmou.
19. Diante desse cenário, a petista defende que a aprovação da PEC da Segurança Pública seja tratada como prioridade. “A proposta fortalece a inteligência, a cooperação entre União, estados e municípios e o controle social das políticas de segurança, criando um sistema moderno e planejado capaz de prevenir crimes e reduzir mortes evitáveis”, declarou.
20. Conforme a vereadora, a resistência à medida se dá justamente porque ela muda o jogo de poder e expõe integrantes de organizações criminosas e de redes de tráfico que atuam longe dos morros. “Uma PEC dessa magnitude vai expor muita gente grande, que não vive nas favelas, mas que comanda o tráfico — os de colarinho branco, que desfilam na elite. E não o pobre e preto do morro”, completou.
21. Marta também criticou o uso político do termo “narcoterrorismo”, que, segundo ela, não tem base jurídica no Brasil e serve como construção midiática para associar o país a uma guerra hemisférica, atraindo atenção internacional, sobretudo dos Estados Unidos, e fragilizando o debate mais eficaz sobre segurança no Brasil.
22. A parlamentar reiterou que segurança pública não se faz apenas com força bruta, mas com inteligência, articulação e investimento em tecnologia e prevenção. “Nos morros e favelas, há milhares de famílias inocentes — muito mais do que criminosos — e, ainda assim, continuam ocorrendo mortes aleatórias e evitáveis. O Brasil precisa de uma segurança inteligente e planejada e não de mais espetáculos de guerra”, destacou.
23. A Câmara Municipal de Salvador analisa o Projeto de Lei que institui o Selo “Salvador Raiz”, proposto pelo vereador João Cláudio Bacelar (Podemos). A iniciativa busca reconhecer e valorizar empresas, estabelecimentos e empreendedores de pequeno e médio porte que promovem e preservam a cultura, as tradições e os saberes históricos da capital baiana.
24. De acordo com o texto, o Selo “Salvador Raiz” será concedido a empreendimentos que mantenham viva a identidade soteropolitana por meio de atividades ligadas à culinária, música, arte, arquitetura, artesanato, literatura, religião e outras expressões culturais que fazem parte do patrimônio imaterial da cidade.
25. A proposta prevê que o Poder Executivo regulamente a concessão do selo, definindo critérios técnicos, órgãos responsáveis pela análise e prazo de validade da certificação. Além disso, o projeto autoriza a criação de um mapa digital público com os estabelecimentos contemplados, funcionando como um roteiro cultural e turístico oficial da cidade, reunindo informações sobre a importância histórica e social de cada local reconhecido.
26. Segundo Bacelar, a medida pretende fortalecer a economia criativa e estimular o sentimento de pertencimento dos soteropolitanos, conectando tradição e inovação.
27. “O Selo ‘Salvador Raiz’ é uma forma de dar visibilidade a quem mantém viva a essência da cidade — nossos sabores, ritmos, ofícios e modos de viver. Queremos reconhecer os empreendedores que carregam essa história em seus negócios, impulsionar o turismo cultural e gerar renda valorizando o que temos de mais autêntico: a alma de Salvador”, destacou o vereador João Cláudio Bacelar (Podemos).