O metrô de Paris é repleto de batedores de carteiras que até companha de trens avisa para você segurar sua carteira de notas
Tasso Franco , da redação em Salvador |
21/10/2025 às 18:55
No Louvre a dois metros da Mona Lisa, sala sem segurança
Foto: BJÁ
MIUDINHAS GLOBAIS:
1. Eu já estive no Louvre várias vezes em anos diferentes desde a década de 1980 quando ainda não havia a Pirâmide. Em 2022, numa temporada de 90 dias em Paris estive por lá quatro vezes sendo duas percorrendo as galerias internas e outras duas nos arredores. É encantador. Todo mundo sabe disso. Pela grandiosidade do museu e valores das obras a segurança é mambembe. Começa pela quantidade imensa se camelôs vendendo ingressos (alguns falsos) nas barbas da Policia.
2. A quantidade de gente que visita o museu, diariamente, é muito grande e os corredores internos ficam lotados de turistas de todos os lugares do planeta numa balbúrdia imensa. Qualquer pessoa se aproxima de uma obra de arte e se quiser danificá-la o faz numa boa porque não há guardas vigilantes em todos os lugares.
3. Na última visita que fizemos - eu, esposa, nora e filho - fotografei e filmei o que quis até mesmo na sala da Gioconda. A França, ao longo dos últimos anos, tem registrado alguns sinais de decadência que não condizem com um país que já foi tão importante, politica e culturalmente. Em Paris, o metrô tem locais ou trechos em que os trens são modernos e as estações automatizadas; noutras uns ferros velhos que chacoalham iguais ao trem de Serrinha dos anos 1950.
4. Paris, na atualidade, é suja e mal cuidada. Há lixo e desorganizações em várias praças e ruas, mesmo no centro. É um local dificil de administrar porque são milhares de visitantes por dia, milhões por ano e há uma quantidade enorme de ambulantes, vendedores de água, suco, cerveja, amendoim, paçoca, drogas, lenços, souvenires. Uma lambança geral. Os arredores da Torre Eifel parece ujm mercado persa antigo. O Trocadero é um ninho de ratos. O metrô tem ladrão por todo lado e até o sistema ferroviária avisa pra você segurar sua bolsa.
5. Então não causou surpresa alguma o furto do Louvre no último dia 18. Não houve nada de espetacular. Tudos simples com a ajuda de uma escada magirus, bolsas e pés de cabra. Furto, no entando, espetacular: R$550 milhões em joias.
6. Segundo o Le Monde, o curador do Museu do Louvre estimou na terça-feira, 21 de outubro, os danos causados pelas joias roubadas no domingo da Galeria Apollo em 88 milhões de euros, segundo a promotora parisiense Laure Beccuau. Uma quantia "extremamente espetacular", mas que "não tem nada de paralelo ou comparável aos danos históricos", acrescentou a promotora à RTL, especificando que os criminosos "jamais ganhariam essa quantia considerável" se tivessem a péssima ideia de desparafusar e derreter essas joias.
7. Interrogée à l’Assemblée nationale lors des questions au gouvernement, la ministre de la culture, Rachida Dati, a pour sa part assuré que « les dispositifs de sécurité du musée n’ont pas été défaillants ». « C’est une réalité, ils ont fonctionné », a-t-elle encore insisté.
8. Rachida Dati preferiu levantar a questão da vigilância pública, já que os ladrões entraram no museu por uma janela usando um elevador de carga estacionado na rua, às margens do Sena. "Talvez devêssemos nos questionar, e isso é algo que estamos discutindo com o Ministro do Interior, mas também com a Prefeitura de Paris, justamente em relação à segurança pública, que não existia nesta fase", disse ela.
9. Seu gabinete também se reuniu com os sindicatos do museu (CGT, SUD, CFDT, CFTC, FSU) na terça-feira para anunciar que a investigação administrativa mencionada no dia anterior havia sido confiada à Inspetoria Geral de Assuntos Culturais (IGAC), segundo os sindicatos. Nesta ocasião, eles lamentaram a redução de pessoal dedicado à segurança dos museus, uma queda de "25% em dez anos", de acordo com Elise Muller, da SUD-Culture.
10. Já o LE FIGARO situou que o espetacular assalto ao Louvre em 19 de outubro trouxe à mente um episódio esquecido e ainda mais sinistro: a venda deliberada das joias dos soberanos franceses pela Terceira República em 1887.
11. Toda a França parece ter se lembrado da existência dos Diamantes da Coroa numa época em que seu brilho estava se esvaindo, provavelmente para sempre. O sensacional roubo ocorrido no domingo, 19 de outubro, no Louvre removeu oito joias desta coleção reluzente, abrigada desde 1889 na Galeria Apollo, sem mencionar a coroa da Imperatriz Eugênia, que foi encontrada danificada.
12. A escolha dos objetos – parures de soberanos do século XIX cravejados com milhares de diamantes e dezenas de safiras e esmeraldas – indica a intenção dos autores do roubo de desatarraxá-los e vender as pedras. O Regent e outros grandes diamantes, no entanto, não foram embora
13. O Museu do Louvre já estava aberto há 30 minutos e havia recebido centenas de visitantes quando ladrões vestindo coletes amarelos subiram por uma escada montada em um caminhão até a sacada do segundo andar da Galeria Apollo, local que abriga, entre outros tesouros, as joias da coroa francesa.
14. Usando uma serra elétrica para forçar uma janela, eles levaram apenas quatro minutos para entrar na sala, cortar duas vitrines que exibiam joias napoleônicas, pegar nove peças e fugir pela mesma escada.
15. Além de seu roteiro aparentemente cinematográfico, o roubo foi um exemplo claro de como os ladrões começaram a mirar instituições culturais não necessariamente por suas valiosas pinturas, mas por artefatos que podem ser desmontados, despedaçados ou derretidos para aproveitamento de suas partes valiosas.
16, Ladrões executaram um assalto igualmente ousado na histórica na Nova Abóbada Verde, em Dresden, na Alemanha, em 2019, quando quebraram uma vitrine de vidro com um machado e fugiram com 21 tesouros cravejados de diamantes, avaliados em pelo menos €113 milhões ($128 milhões).
17. Muitos dos tesouros foram recuperados anos depois, quando cinco homens foram condenados pelo crime, mas alguns permanecem desaparecidos até hoje. Todos os cinco disseram aos investigadores que não sabiam o paradeiro das joias que faltavam.
18. "O que definitivamente observamos nos últimos cinco a sete anos é uma mudança maior em direção ao roubo de matérias-primas", explicou Remigiusz Plath, secretário do Conselho Internacional de Segurança de Museus, parte do Conselho Internacional de Museus.
19. A instituição mantêm o fluxo de informações sobre ameaças à segurança e melhores práticas para proteger instituições no setor museológico europeu.
20. La France entière semble s’être rappelé l’existence des diamants de la Couronne au moment où leur éclat ternissait, sans doute pour toujours. Le cambriolage retentissant qui a eu lieu dimanche 19 octobre au Louvre a soustrait en effet huit joyaux à cette étincelante collection abritée depuis 1889 dans la galerie d’Apollon, sans compter la couronne de l’impératrice Eugénie, retrouvée endommagée. Le choix des objets – des parures de souveraines du XIXe siècle constellées de milliers de diamants et de dizaines de saphirs et d’émeraudes – signe l’intention des auteurs du vol de les dessertir pour en écouler les pierres. Le Régent et autres diamants de grosse taille, eux, n’ont pas quitté.