Olivia disse que o que aconteceu com Ana foi uma "crueldade"; Hilton disse que foi um "assassinato"
Tasso Franco , Salvador |
15/04/2025 às 19:31
Olivia Santana: "A palavra da comunidade é sempre enterrada"
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A deputada Olivia Santana (PCdoB) fez um pronunciamento vigoroso no plenário da Assembleia nesta tarde de terça-feira, 15, para condenar a morte da jovem estudante universitária Ana Luiza dos Santos Silva, no bairro da Engomadeira, no último domingo, diante de um suposto tiroteio entre PMs e bandidos., Segundo Oivia há versões conflitantes sobre o tiroteiro, o da PM e o da comunidade, e nesses casos, ! palavra da comunidade é enterrada" juntamente com a vitima prevalecendo a outra versão.
Olivia destacaou que é "intolerável e inaceitável" o que aconteceu e exige uma investigação rigorosa por parte do Estado, citando que o governador Jerônimo Rodrigues já se pronunciou sobre o fato, está acompanhando o caso (vide fala do governador abaixo) " e não podemos silenciar diante da morte de uma menina preta e pobre, uma jovem estudante, numa situalção macabra dramática e terrível!"
Para Olivia o povo preto e pobre segue a sua própria sorte, o cemitério de Quintas onde essas pessoas são sepultadas tem cheiro da morte, os PMs envolvidos nesse fato não usavam corporais, "infelizmente, nenhuim deles usava câm aras" e esse acontecimento tem que ser registrado nos anais desta Casa e pediu a cada um deputado apoio, assim como se solidarizou com a familia de Ana, especialmente sua mãe Angela e seu pai Antônio.
Oliviia disse que não se calará e vai continuar cobrando do Estado uma solução.
HILTON COLEHO
Já o deputado Hiltpn Coelho (PSOL) apresentou uma moção de pesar apresentada na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) diante da morte de Ana em operação da PM que classificou como "desastrosa". “Apresentamos nossa solidariedade e apoio à família e demais pessoas diante desse brutal assassinato. Estudante terceiro semestre do curso de Estética e Cosmética na Faculdade Anhanguera Unime. jovem, negra, periférica e cheia de sonhos, teve sua vida interrompida de forma covarde”, afirma o parlamentar.
“Lembramos que a comunidade reagiu de forma imediata e legítima, ocupando as ruas exigindo justiça e o fim da violência policial”, afirma Hilton Coelho qualificando que “o Estado brasileiro mostra sua face genocida contra a juventude negra e periférica. É inadmissível que vidas continuem sendo ceifadas sob a falsa justificativa da segurança pública. A morte de Ana Luiza não é um caso isolado, é mais uma entre tantas tragédias que escancaram o racismo estrutural e a política de extermínio existente nas periferias deste país”.
Hilton Coelho acrescenta que “de acordo com familiares e testemunhas, não havia nenhum confronto no momento da ação. Ana havia saído para levar uma marmita à casa de uma amiga e, ao retornar, foi baleada na barriga por agentes do Estado. Infelizmente, não resistiu aos ferimentos. A versão das autoridades policiais tentam sustentar uma suposta troca de tiros, mas os relatos da comunidade são claros: os policiais chegaram atirando, sem qualquer justificativa, e agrediram quem ousou protestar diante da violência”.
O QUE DISSE O GOVERNADOR
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) diz que está acompanhando com “rigor” a morte da jovem Ana Luíza Silva dos Santos, de 19 anos, durante uma ação policial no bairro da Engomadeira, em Salvador, no último domingo, 13.
O chefe do Executivo estadual também afirmou que cobrou uma investigação transparente das forças de Segurança Pública para solucionar o caso e responsabilizar os culpados do caso.
“Estamos acompanhando o caso com muito rigor e transparência. Determinei à Secretaria de Segurança Pública que siga, com firmeza, com a apuração de forma responsável e transparente”, disse nesta segunda-feira, 14, em vídeo publicado nas redes sociais.
Na gravação, o petista ainda se solidarizou com os familiares e amigos da vítima. “A morte de Ana Luíza neste final de semana faz-me vir aqui e me solidarizar com toda a família, com os amigos e com a comunidade da Engomadeira, que hoje sofre com essa perda irreparável”.