Vereadora ataca maior hospital do Norte-Nordeste enquanto Salvador amarga uma das piores coberturas de atenção básica do país (Com informações da Ascom HGRS)
Da Redação , Salvador |
10/04/2025 às 09:54
HGRS
Foto: DIV
A direção do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) reagiu às declarações da vereadora de Salvador, Débora Santana (PDT), que atacou publicamente a unidade que trabalhou entre 2018 e 2020. Em sessão recente da Câmara Municipal, a parlamentar afirmou que o ambulatório do HGRS estaria “fechado” e que médicos estariam impedidos de atender. A direção do hospital classificou as declarações como infundadas e desrespeitosas com os profissionais que diariamente se dedicam à assistência de média e alta complexidade na maior unidade hospitalar do Norte-Nordeste.
“É lamentável que uma vereadora da capital prefira atacar um hospital de excelência como o Roberto Santos, que está entregando mais e melhor, em vez de voltar seus esforços para o caos na atenção primária de Salvador, que tem uma das piores coberturas do país. A população quer compromisso, não distorção da realidade para ganhar manchete”, afirmou a diretora-geral do hospital, Lucrécia Savernini.
Os dados da própria gestão de Débora no HGRS desmentem suas falas. Entre novembro de 2018 e março de 2020, foram realizados 167.014 atendimentos ambulatoriais. Em 2019, seu melhor ano, foram 133.600 atendimentos. Já em 2024, o hospital alcançou 170.063 atendimentos ambulatoriais — um crescimento de 27,29%.
O ambulatório da unidade segue funcionando plenamente, com 51 especialidades médicas e 122 profissionais atuando exclusivamente nesse serviço.
Desde a saída da vereadora, o HGRS passou por uma reestruturação profunda, com foco na qualificação da assistência e na ampliação da alta complexidade. A atual gestão promoveu aumento de 24% nas altas hospitalares, 16% nas cirurgias, crescimento de 316% na regulação leito a leito e um salto de R$ 22 milhões ao ano em valor faturado. Além disso, novos serviços foram incorporados, como o Centro de Epilepsia Refratária e a ampliação do Hospital do Homem.
As acusações de que médicos estariam “lendo prontuários” por falta de atendimento também foram rebatidas. “É, no mínimo, irresponsável. Os profissionais do Roberto Santos estão trabalhando, atendendo, salvando vidas. O hospital está em plena atividade. Não se faz política atacando quem trabalha”, disse a diretora Lucrécia Savernini.
A crítica de que pacientes do interior têm buscado Salvador por falta de assistência também foi desmentida. Esse é um problema histórico que está sendo enfrentado com a ampliação da rede de serviços regionalizados, promovida pelo Governo do Estado. A interiorização do atendimento, com construção de hospitais e policlínicas regionais, tem reduzido a sobrecarga da capital.
De 2023 até agora, o Governo da Bahia investiu mais de R$ 508 milhões apenas na saúde de Salvador. Entre as entregas estão o Hospital Ortopédico da Bahia — maior do país na especialidade —, o Hospital Mont Serrat — primeiro voltado exclusivamente para Cuidados Paliativos —, o Hospital 2 de Julho, além da ampliação do Hospital da Mulher, Maternidade Albert Sabin, Cican, Hospital Ana Nery e Hospital do Subúrbio.
A capital também recebeu duas novas Policlínicas de Saúde, nos bairros de Escada e Narandiba, com mais de 1 milhão de atendimentos realizados desde a inauguração. Ao todo, Salvador conta hoje com 38 unidades estaduais de saúde, entre hospitais, maternidades e centros de referência. O programa Saúde Mais Perto já realizou mais de 147 mil atendimentos na capital. Entre 2023 e 2024, foram 15.879 cirurgias eletivas realizadas.
No estado, as 26 policlínicas regionais somam mais de 7,6 milhões de atendimentos. Três novas unidades foram anunciadas em parceria com o Governo Federal, fortalecendo ainda mais a descentralização da saúde na Bahia.
“Enquanto alguns fazem discursos baseados em nostalgia, seguimos entregando estrutura, ampliando acesso e fortalecendo o SUS. O HGRS é hoje um hospital mais moderno, mais eficiente e mais resolutivo do que nunca”, concluiu Lucrécia.